Alfabetização da criança: o que é preciso saber sobre o tema?

Família e Escola

9 de outubro de 2020

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 16 de novembro de 2020.


É tão legal ser criança! Nessa fase, estamos em constante aprendizado. Qualquer coisa é uma grande novidade e uma porta para um mundo inexplorado. Quando adultos, no entanto, cabe a nós ocupar o papel que antes era de nossos pais, guiando os filhos para que possam adquirir o conhecimento da melhor forma possível.

Nesse contexto, há um tema muito importante: a alfabetização da criança. Aprender a ler, escrever e se comunicar verbalmente é algo essencial para otimizar o contato do indivíduo com o mundo e, assim, aumentar o leque de experiências que ela pode vivenciar.

No entanto, muitos pais e responsáveis têm dúvidas sobre esse assunto — e não é para menos. Pensando nisso, preparamos um artigo para simplificar todos os conceitos e mostrar tudo o que você deve saber sobre a alfabetização da criança. Boa leitura!

O que é a alfabetização?

Em resumo, a alfabetização é o processo em que uma pessoa não alfabetizada — ou seja, que não sabe ler ou escrever — entra em contato com o alfabeto e aprende, a partir daí, a construir palavras e frases.

Isso, no entanto, não é algo que acontece naturalmente. Os elementos linguísticos ligados à fala são, sim, um processo construído espontaneamente. A alfabetização, por sua vez, necessita de etapas bem determinadas.

O mestre da alfabetização no Brasil e no mundo foi Paulo Freire. Ele desenvolveu uma metodologia que é utilizada até os dias atuais em muitos países. No entanto, outras pessoas — como é o caso de Emília Ferreiro — também contribuíram para a elaboração das abordagens que utilizamos atualmente.

Quais são as etapas da alfabetização da criança?

A alfabetização é um processo composto por fases. Por isso, que tal aprendermos um pouco sobre cada uma delas?

Como a alfabetização é dividida em vários tipos e metodologias, fazer uma divisão das etapas pode ser um pouco complexo, e é comum encontrar variações das menções que faremos a seguir.

Etapa 1: Fase pré-silábica

A primeira fase consiste na reprodução das formas das letras. Aqui, é interessante mesclar o efeito sonoro, fazendo com que a criança associe o nome das letras às suas figuras. Essa é a etapa de edificação do conhecimento.

Etapa 2: Fase silábica

Quando a criança reconhece o alfabeto, é hora de mostrar a ela que as letras também podem trabalhar juntas! Aqui, o som continua sendo um importante fator de ensinamento — como será durante todo o processo.

Etapa 3: Fase silábico-alfabética

A terceira etapa é uma continuação da segunda. Nela, os conceitos sobre a união de sílabas se tornam mais complexos. Assim, quando se sentir preparada, a criança poderá começar a unir novas letras em suas produções.

Etapa 4: Fase alfabética

Por último, temos a fase alfabética, na qual a construção de palavras se torna mais aprofundada. Ao fim da etapa, a criança terá dominado todo esse conceito e poderá até mesmo formar palavras que ela nunca escreveu antes, apenas com base em seu conhecimento prévio e da associação entre o que ela ouve e o que escreve.

Quando a alfabetização da criança deve começar?

No ambiente escolar, o processo de alfabetização da criança mencionado acima começa a ser construído por volta dos 6 anos de idade.

No entanto, nada impede que a escola ou os pais comecem isso antes. Na verdade, há crianças mais jovens que já reconhecem algumas letras e sílabas, sem maiores problemas.

Contudo, é importante fazer uma ressalva: cada pessoa tem o seu próprio tempo. Por isso, é indicado estimular por meio de recursos variados, mas nunca “forçar a barra” e esperar que ela se alfabetize precocemente — até porque essa pressa não gera nenhum benefício de longo prazo. Então, tenha paciência, pois isso pode levar certo tempo!

Como a alfabetização da criança deve ser feita?

A alfabetização da criança é um processo multifatorial. Por isso, para alfabetizar alguém, não utilizamos apenas o “ensinamento padrão”. Não basta sentar-se com o pequeno e esperar que ele aprenda os conceitos com base na explicação.

O mundo de uma criança é muito vasto e extremamente sensorial. Sendo assim, é preciso explorar esse aspecto a fim de fornecer uma alfabetização realmente eficaz e que não cause estresse ou ansiedade.

Por isso, há diversas metodologias que podem ser aplicadas nesse conceito. Entre elas, podemos mencionar as alfabetizações alfabética (focada na estrutura das palavras) e fônica (focada nos sons) e o reconhecimento global, que mescla essas abordagens.

Essa última metodologia é mais utilizada, pois aproveita o grande cunho sensorial da criança. Por meio de estímulos visuais, auditivos e até táteis — pecinhas com os formatos de letras, por exemplo, são muito divertidas! —, é possível agilizar o processo e torná-lo lúdico e interessante.

Qual é o papel da escola na alfabetização da criança?

A escola tem um papel fundamental em todo esse processo. Afinal, os educadores são pessoas preparadas para guiar a criança rumo ao conhecimento.

Assim, os professores podem utilizar diversos recursos — está lembrado dos sentidos, que mencionamos logo acima? — para ajudar seu filho a se familiarizar com isso. E mais: eles contam, também, com todo o embasamento teórico para tornar esse aprendizado possível.

À escola, ainda cabe a responsabilidade de orientar os pais em todo esse período, mostrando não só os melhores métodos para ajudá-los a colaborar, como ao conversar sobre as palavras em casa, como, também, dando apoio para resolver dúvidas e anseios.

Como os pais podem auxiliar na alfabetização da criança?

Agora, vamos descobrir como os pais podem ajudar nesse processo! Afinal, como vimos brevemente, a alfabetização não deve ser feita apenas na escola, e o ambiente familiar é um complemento de extrema importância.

Incentivar e ajudar na compreensão das palavras dentro de casa é algo que fará com que seu pequeno se familiarize com esses conceitos de forma muito mais fácil. Vamos saber mais?

Busque materiais que interessem à criança

O primeiro passo para uma alfabetização efetiva é buscar elementos que atraiam a atenção da criança. Um bom exemplo são animações, que costumam divertir e ser, ao mesmo tempo, bastante educativas.

Incentive o gosto pela leitura

Outra maneira bacana de trabalhar essa questão é incentivar o gosto pela leitura em seu pequeno. Você pode, inclusive, transformar esse momento em uma ótima oportunidade para estimular a interação entre pai e filho, fazendo uma hora das letras (incluindo gibis, revistas e outros materiais).

Não pressione

A pressão é um dos piores combustíveis para qualquer tipo de processo de aprendizado, podendo gerar dificuldade. Forçar a criança a viver fora de seu ritmo é o ingrediente perfeito para gerar ansiedade e, assim, prejudicar os resultados. Pegue leve e mantenha um clima divertido e tranquilo!

Não repreenda

É fundamental ter em mente que seu filho vai errar. Faz parte do processo de aprendizagem. Por isso, nessa hora, não repreenda; apenas utilize o erro como uma ótima oportunidade para explicação e ainda mais aprendizado. É por meio dos equívocos que construímos boa parte do nosso conhecimento, inclusive o do pensamento crítico.

Não compare

Outra dica é: evite comparações. Não diga, por exemplo, que o irmãozinho já sabia ler com determinada idade. Esse tipo de comentário costuma, também, ser muito prejudicial e gerar más consequências para o emocional das crianças. Ao contrário: incentive os pontos fortes e comemore as pequenas conquistas de seu filho!

Invista em ferramentas que possam ajudar

Na hora da alfabetização, qualquer coisa é válida. Que tal, por exemplo, comprar uma lousinha e deixá-la no quarto de seu filho? Vocês podem brincar de escolinha, o que certamente incentivará o interesse dele pelas letras e suas inúmeras combinações!

Capriche no desenho

Criar um varal de desenhos (pesquise no Google e veja exemplos!) com figuras de letrinhas também é uma ótima maneira de ensinar e fazer com que o contato com elas seja frequente. De quebra, você pode pedir que a criança represente as figuras em sua lousa, tornando o enfeite uma boa forma de interagir com o alfabeto.

Crie histórias

A criação de histórias também é uma ótima maneira de alfabetizar. Vocês podem elaborar um roteiro e, ao relê-lo, juntos, desenhar as letras de palavras-chave, como o nome dos personagens e elementos que aparecem na narrativa. Que tal?

Faça uso de jogos

Brincadeiras também são uma forma bacana de trabalhar a alfabetização. Jogo da forca, da memória, de tabuleiro… não importa. Todo tipo de diversão que contiver palavras é uma oportunidade para o aprendizado desses conceitos. Use sua criatividade!

Utilize a tecnologia

E por que não fazer um investimento em tecnologia? Há uma série de aplicativos (o que inclui jogos eletrônicos) voltados para a alfabetização. Eles estão disponíveis tanto para iOS quanto para Android, o que contribui positivamente para que qualquer pessoa possa encontrá-los! 

Participe

Um dos principais papéis dos pais e a chave para uma alfabetização concreta é a participação. A rotina é fundamental, e, claro, você deve fazer parte dela! Isso, porque é necessário que esse conteúdo seja trabalhado durante todo o tempo, mesmo que a criança não perceba. Faça, então, da alfabetização uma extensão da linguagem.

Traga o alfabeto para o dia a dia

Expandindo um pouco o conceito do último tópico, a dica é: pegue elementos aleatórios do dia a dia de seu filho e transforme isso em um cenário para a descoberta. O aprendizado constante e natural — ao estudar em casa sem que o ambiente de sala de aula seja simulado — é extremamente eficiente para os pequenos.

Explore a sonoridade

Por fim, uma última dica: elementos visuais são ótimos, mas, se possível, estimule a percepção da sonoridade das palavras. A associação entre forma e som é uma ótima maneira de fazer com que crianças de todas as idades aprendam. Você pode, também, utilizar músicas para isso!

Quais são os erros na alfabetização da criança que os pais cometem?

Além de saber quais são as boas práticas para o processo de alfabetização da criança, é interessante conhecermos aquilo que não se deve fazer nessa trajetória.

Errar, claro, é humano, mas, se pudermos evitar certas situações, melhor ainda! Assim, seu filho terá um aprendizado mais consistente tanto em casa quanto na escola. Saiba mais!

Não manter uma rotina

A rotina é algo muito importante para crianças. Vale lembrar que ela não deve ser rígida ou limitante para o pequeno, mas frequente. Então, mantenha uma periodicidade. Isso beneficiará até mesmo a adaptação escolar, no futuro.

Não ser participativo

Outro problema muito comum entre os pais é a falta de participação. A rotina corrida e a crença de que não se é qualificado para ensinar aos filhos são fatores que contribuem para essa realidade.

Não dialogar com a escola

O excesso de preocupações também faz com que, muitas vezes, os pais se esqueçam de dialogar com a escola sobre seus anseios e dúvidas. Por isso, escolha uma instituição preocupada em manter o diálogo aberto e use esse recurso sempre que julgar necessário! É um passo crucial para a melhora da vida escolar de seu filho.

Repreender e pressionar

Repreensão e pressão são, como mencionado anteriormente, completamente contraindicadas durante o processo de alfabetização das crianças. Esse tipo de comportamento pode gerar muita ansiedade em seu filho e fazer com que ele deixe de aprender.

Fazer comparações

Em hipótese alguma compare o seu filho com outra criança. Esse comportamento é extremamente prejudicial para o desenvolvimento infantil, gerando problemas de autoestima, confiança e desempenho.

Ficar muito ansioso

Por fim, essa é uma dica para você: não dê asas à sua ansiedade! Lembre-se de que cada criança tem um ritmo, o que é perfeitamente normal e não quer dizer nada, ok? Mantenha a confiança e incentive seu pequeno da melhor maneira possível. Em pouquíssimo tempo, ele estará escrevendo cartinhas para você!

Esperamos que este artigo sobre a alfabetização da criança tenha sido útil! Conhecer melhor os aspectos do processo e saber quais são as boas práticas e os erros possíveis no percurso é algo fundamental para otimizar o aprendizado de seu filho. Agora, basta colocar as dicas vistas aqui em prática — sempre em parceria com a escola.

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