
Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 3 de novembro de 2021.
Descubra como lidar com o nervosismo dos seus filhos no período de provas
Para muitas crianças os exames são somente uma etapa a mais durante o curso. No entanto, para outras a pressão das avaliações pode gerar um processo de ansiedade. Mais do que afetar o rendimento nas notas, o estresse chega até a causar sintomas físicos como dores de cabeça e barriga.
Segundo pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Medicina da USP, cerca de 10% das crianças e dos adolescentes brasileiros já sofrem de ansiedade. Esse é um número alto, que demonstra a importância de falarmos com seriedade sobre o assunto.
Entendendo esse problema melhor, os responsáveis podem ajudar os pequenos a controlar suas emoções e medos. Estudar não precisa deixar ninguém suando frio e nem afetar a saúde. Vamos aprender a fazer isso juntos!
Sentir ansiedade é natural?
Sim, sentir ansiedade é bastante natural. Ela é uma reação do corpo humano diante de situações diversas, como falar em público ou desempenhar uma atividade que gera bastante expectativa.
Sentimentos de transtorno, preocupação, tensão e medo são sensações que adultos e crianças podem ter. O problema surge quando sentimos isso de maneira mais intensa e frequente, o que pode comprometer nossa saúde emocional e, consequentemente, física.
É justamente por ser uma reação cada vez mais vista entre as pessoas, principalmente entre os grupos de estudantes, que a busca por compreender a ansiedade crônica também aumentou. Alguns comportamentos que passam despercebidos no nosso cotidiano podem ser sinais de atenção. Para ajudar você a identificar, listamos alguns dos principais sintomas.
Reconhecendo os primeiros sinais em casa
A ansiedade pode ser percebida de diferentes formas, como a preocupação excessiva sobre possibilidades futuras, o medo de errar e de ser rejeitado e o temor pelo que não é controlável. A pessoa ansiosa convive com diversas emoções contrastantes e intensas, principalmente quando não sabe como lidar com os sentimentos.
Sensação de perigo a todo o tempo, tensão em excesso e problemas de concentração são alguns dos sinais mais comuns. Eles naturalmente podem gerar uma irritabilidade no comportamento das crianças e levar a distúrbios do sono, como dificuldade de dormir, pesadelos recorrentes e o pedido de dormir junto com os pais de forma frequente.
Algumas ações repetitivas, como mudar constantemente um objeto de lugar, podem ser um indício de que o pequeno está desenvolvendo o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Este também é um tipo de ansiedade e deve ser notado pelos responsáveis.
Alguns sinais físicos são a respiração ofegante, problemas digestivos, aumento de suor, presença de enxaquecas e dores inexplicáveis. O surgimento de mudanças nos hábitos alimentares também é comum, podendo ser comer muito ou menos que o habitual.
A ansiedade também pode ser notada na escola
A ansiedade em relação a uma prova é um estado da criança que consome uma alta dose de energia, podendo juntar sintomas de forma a ter um mal estar físico e uma mudança de comportamento ao mesmo tempo.
A criança demora mais que um adulto para processar um acontecimento ou uma mudança. Ela passa por um período maior de interpretação e adaptação à nova situação. Por isso, a ansiedade pode se manifestar sem motivo aparente, dias ou meses depois do ocorrido.
A dificuldade para prestar atenção na aula é um indicativo de que seu filho pode estar sofrendo com o problema. Não conseguir se concentrar no presente, passando a pensar somente no resultado das provas, certamente não é saudável.
Isso pode ser notado pela queda das notas e por uma irritação com assuntos relacionados ao estudo. A possibilidade de falhar prejudica a concentração e distrai o estudante, impedindo que ele compreenda os conteúdos passados durante as aulas. É aquele pensamento negativo constante sobre não conseguir fazer a prova ou ter “um branco” na hora de responder uma determinada questão.
Quais atitudes pioram a ansiedade?
Os pais não devem reagir com exasperação ou impaciência. Se existir dúvida sobre quais comportamentos são sinais de doença e quais são simplesmente manha infantil, o melhor a se fazer é procurar um especialista.
É consenso entre médicos e psicólogos que as crianças de hoje nascem com menos paciência e bem mais aceleradas. Nossos filhos têm chegado ao mundo imersos em ambientes onde a tecnologia é que indica o ritmo das relações. São meninas e meninos hiperconectados e, portanto, mais propensos a níveis maiores de estresse.
Para ajudar você a lidar com essa questão, sugerimos evitar algumas atitudes que acabam tornando as crianças ainda mais ansiosas.
Cobranças em excesso
As cobranças exageradas podem ter um efeito totalmente contrário à motivação, levando à insegurança, ao estresse e à ansiedade. É preciso estimular o desempenho escolar e das demais atividades, mas sem sobrecarregar as crianças para que sejam perfeitas. É fundamental considerar os limites e a personalidade dos pequenos para potencializar as suas habilidades, gerando confiança para que consigam explorar seu potencial.
Fazer comparações
Seja porque a criança fez algo que você reprovou, seja porque fez algo que você gostou, é importante entender que comparar com outras pessoas, como familiares ou amigos, pode acabar impactando negativamente na autoconfiança. Mesmo que a intenção seja motivar ou elogiar, ao fazer uma comparação com outra pessoa você cria um sentimento de disputa, uma certa pressão que pode gerar insegurança e frustração.
Relembrar os erros
É importante aceitar que o erro faz parte da vida e é com eles que podemos aprender a acertar. Focar apenas nos erros das crianças pode deixá-las com medo de tentar, ficando completamente inseguras. Portanto, quando o pequeno fizer algo de forma errada, o ideal é conversar e explicar o motivo de não ser o correto, mas jamais ficar remoendo isso depois. É importante também focar nas tentativas acertadas das crianças.
Não valorizar as pequenas conquistas
Saber amarrar o cadarço do tênis e aprender a olhar as horas são exemplos de pequenas conquistas da infância. Nem sempre nossos filhos são os primeiros em tudo, no entanto, isso não significa que as experiências simples não sejam aprendizados relevantes. É por isso que nós, responsáveis, devemos valorizar os pequenos passos da criança. Não é necessário ficar dando recompensas para tudo, mas um elogio de incentivo pode fazer toda a diferença na autoconfiança e no aprendizado escolar.
Expor problemas e frustrações
Todas as famílias têm algum desafio em casa. Divergências entre parentes, falta de tempo e momentos de aperto financeiro são parte da nossa vida. No entanto, ficar expondo e discutindo problemas da vida adulta na frente dos filhos pode acabar criando sentimentos desnecessários de culpa e insegurança. Quando eles ficarem maiores, alguns assuntos deverão ser tratados em conjunto. Até chegar a hora certa de falar, é preciso respeitar a idade da criança, além de sempre conversar da forma mais adequada para que ela possa entender o que está acontecendo.
Fazer tarefas no lugar da criança
Muitos pais fazem as tarefas escolares no lugar dos filhos. Quando isso acontece, eles acabam levando as crianças a pensarem que não têm capacidade de realizar suas próprias obrigações. Embora o nosso primeiro instinto seja sempre cuidar dos filhos, é importante lembrar que a superproteção impede que as crianças aprendam a lidar com os erros e dificuldades. Então, é preciso encorajar os pequenos a tentarem sozinhos. Afinal, não é sempre que os responsáveis estarão por perto para fazer tudo.
Diálogo é a chave para reduzir a ansiedade infantil
Os familiares devem estudar maneiras de abordar o problema de forma natural para manter a saúde emocional dos filhos. É preciso muito tato e carinho para saber lidar com o momento. Indicamos alguns caminhos para ajudar.
Conversar sobre a situação que causa ansiedade
As crianças podem apresentar medos muito imaginativos, por isso não descarte os temores como “bobeira de criança”. A conduta mais adequada é ensinar maneiras saudáveis de superar a aflição. Quando seu filho apresenta preocupações excessivas, procure entender os sentimentos e as apreensões, mesmo se elas aparentam ser irracionais. Até mesmo em adultos é comum que a ansiedade seja alimentada por medos que não costumam fazer sentido para a maioria. Busque entender as causas da ansiedade e como ela está afetando o cotidiano.
Oferecer apoio constante
Em momentos de dificuldade, demonstre o seu apoio e as formas como pode ajudar a criança a superar os seus desafios. Não reaja com o famoso “não é mais do que sua obrigação” porque esse tipo de afirmação pode dar origem a comportamentos ansiosos no futuro. Pergunte como ela se sente e demonstre empatia antes de aconselhar. Dizer “eu sei que é difícil e está tudo bem se sentir triste” é uma maneira de validar a sua experiência e as emoções dos pequenos.
Reforce as habilidades socioemocionais
Cada escola tem uma proposta pedagógica diferente. Essa diversidade possibilita que a família escolha de acordo com o perfil do seu filho. Geralmente os colégios mais focados em conteúdo são mais exigentes com provas e destacam os alunos que tiram as notas mais altas. Neste caso, é importante trabalhar as habilidades socioemocionais das crianças para que consigam gerenciar suas reações diante de um desempenho abaixo do esperado ou da comparação com outros estudantes.
Rotina diária de alimentação e exercícios
Procure manter uma rotina diária consistente para fornecer uma sensação de segurança à criança. Lembre-se que os filhos observam o comportamento dos pais e os interpretam como corretos. É igualmente importante buscar uma alimentação balanceada, fundamental para diminuir a probabilidade de transtornos alimentares ligados à ansiedade. Os exercícios físicos também são bons aliados, pois liberam substâncias como a endorfina. É possível ainda encontrar atividades que sejam prazerosas e possam ser feitas em família.
Ajuda profissional
Quando você perceber que o caso é mais sério, sempre procure ajuda especializada. O diagnóstico deve ser feito por um profissional da área, como um psicólogo ou psiquiatra. Lembre-se de que, quanto mais cedo o tratamento for aplicado, maiores são as probabilidades de uma recuperação rápida.
Aprendendo a estudar sem ansiedade
Entender como controlar a ansiedade é fundamental para ter uma boa performance em qualquer prova. Conheça agora algumas dicas para você ajudar seus filhos a adquirir bons hábitos de estudo e chegarem nas provas bem preparados.
Alterne as formas de estudar
Desenvolva métodos diferentes e didáticos para o estudo, que não sejam maçantes ou cansativos. Dessa forma será muito mais fácil e prazeroso esse momento. Praticar em casa a realização de uma prova também é indicado. Realize um teste caseiro sobre a matéria que a criança está estudando para ajudar a diminuir seus temores e a enfrentar o desafio com mais confiança.
Elimine distrações na hora de estudar
Ajude seu filho a deixar de lado as distrações do celular, televisão e redes sociais. Além de escolher um local de estudos com barulho reduzido, é importante que o ambiente esteja organizado. Para melhorar o autocontrole da criança, evite que ela desenvolva tiques como roer as unhas, já que esses comportamentos podem elevar o nível de ansiedade.
Programação organizada com flexibilidade
Seguir um cronograma é importante, mas ser flexível e ter um momento de descanso da mente é ainda mais fundamental para um bom desempenho. Além disso, por mais que você tenha separado um tempo para a criança dedicar ao estudo, nem sempre o dia sai como planejado. Basta se reorganizar e priorizar os tópicos mais importantes.
Crie um pequeno ritual antes do estudo
Ensine técnicas de relaxamento para a criança praticar antes de estudar. Respirar profundamente e expirar o ar de forma suave ajuda a relaxar. Outra forma é encher os pulmões ao máximo e exalar até que não fique nada dentro, como se fosse uma bola de soprar. Com o tempo, seu filho vai sentir quando estiver mais nervoso e poderá usar esses métodos para se acalmar.
Conheça 6 dicas para ir bem na prova
Quer saber como reduzir o nervosismo do seu filho em dias de prova? Essas dicas podem ajudar a aumentar a confiança e o rendimento nas notas.
1) Dormir bem para acordar mais tranquilo
Uma boa noite de sono na noite anterior é um grande remédio para combater a ansiedade. Quando dormimos melhor, acordamos com a mente e corpo descansados, prontos para os próximos desafios. Parece simples, mas faz muita diferença!
2) Chegar cedo para a prova
No dia da prova vá com tempo e tranquilidade para a escola. De forma a evitar medos de última hora, não é conveniente falar da matéria no caminho. Mostre que você confia plenamente na criança.
3) Manter uma atitude positiva
Mesmo que seja um momento difícil e de muitas preocupações, se manter positivo e confiante durante a aplicação da prova pode contribuir para o melhor desempenho do aluno. Ajude seu filho a expressar os pensamentos que estão produzindo ansiedade e explique porque ele é capaz de superar o teste.
4) Ler as instruções com cuidado
Ler e escutar atentamente todas as instruções da prova é importante. Explique para a criança não hesitar em tirar qualquer dúvida com o professor ou supervisor se for necessário.
Não cismar com uma questão
5) Não cismar com uma questão
Ajude seu filho a entender que pode pular a questão quando não sabe ou não se lembra. Depois de responder tudo que conseguir, é o momento de voltar para tentar resolver as que ficaram em branco. Lembrando sempre: não é preciso acertar toda a prova para tirar uma boa nota.
6) Concentrar 100% na prova
O recurso mais importante no momento de fazer uma prova é a atenção. Quando a mente está concentrada em uma tarefa, as chances de ser contaminada pela ansiedade ou insegurança são mais baixas. O exercício de respiração profunda pode diminuir o nervosismo e melhorar o rendimento.
Superar o medo de desafios é o maior aprendizado
Se o pequeno ainda se sente inseguro para a prova mesmo depois de um período de estudos, a família precisa conversar para entender esses pensamentos limitadores. É importante ajudar ele a reconhecer o quanto se preparou para enfrentar o desafio.
Da mesma forma, é fundamental auxiliar o aluno a ver a prova não como um monstro imbatível, mas sim apenas um teste. Em vez de enxergar como um mal necessário, passar a conceber como um desafio a ser enfrentado. Uma oportunidade de demonstrar sua disciplina, empenho, inteligência, memória e raciocínio.
Se tiver sucesso, a criança precisa ver que todos ficaram orgulhosos. Caso a nota seja abaixo do esperado, ela precisa ter certeza que contará com o apoio da família para se recuperar na próxima oportunidade.
Depois da prova, se não conseguiu ir bem, convém revisar com o professor para identificar os erros cometidos e descobrir como solucionar. É uma chance de aprender o valor da resiliência na prática.
Conversando de forma aberta, você pode mostrar para seus filhos como a vida é feita de desafios que devem ser superados. Alguns serão mais difíceis e outros poderão ser ultrapassados com facilidade, mas sempre tendo em mente que tudo deve ser tratado como uma forma de aprendizado saudável.
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