Bommers x Millennials x Geração Z: as gerações e a educação
Família e EscolaSuper Destaque1 de setembro de 2021
Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 1 de setembro de 2021.
Boomers, Geração X, Millennials, Geração Z e Alpha: as diferenças são muitas, mas todos podem aprender juntos.
Se você já olhou para os seus filhos e pensou “no meu tempo não era fácil assim”, seja bem-vindo ao mundo do conflito de gerações! Esta sensação de que tudo mudou (e que se transforma cada vez mais rápido) foi acentuada pela interação nas redes sociais onde as referências de todas as idades são compartilhadas.
As diferenças que sentimos de forma prática no cotidiano são objeto de estudo de muitos pesquisadores. Eles analisam as variações entre as gerações partindo da lógica de que indivíduos nascidos em um mesmo período dividem a mesma percepção de mundo, incluindo crenças, valores, atitudes e comportamentos. No entanto, existe conflito até mesmo nessas divisões encontradas.
Faz sentido dividir as gerações?
Os críticos da classificação por gerações consideram que essas fronteiras são geralmente abstratas e arbitrárias. Os limites podem não ser tão definitivos, existindo misturas de características e valores em qualquer idade.
Quando analisamos uma pessoa de forma isolada, por exemplo, é bem provável que sejam encontrados traços de gerações diferentes no seu comportamento. Por outro lado, quando analisamos grupos de pessoas, é natural surgirem padrões comuns em uma determinada idade.
Esses pontos que surgem em comum são levados em conta para identificar cada geração. Ou seja, não são determinações inflexíveis, mas sim tendências que podem ajudar pais e educadores a entender melhor a forma com que os alunos percebem a realidade.
Neste mundo repleto de transformações velozes, não podemos esperar que nossos filhos se desenvolvam exatamente da forma que nós fizemos. Conhecer os traços fundamentais de cada idade é somente o primeiro passo para irmos além do conflito, transformando as diferenças em conexão e muito aprendizado.
Boomers (nascidos entre 1945 e 1964)
Cresceram no período de otimismo logo após a Segunda Guerra Mundial, por isso o nome que receberam: em razão do “boom” de nascimentos no período.
Traços em comum são apontados como a busca da estabilidade financeira, a importância do casamento sólido e conquistas materiais da casa própria e carro.
Nos Estados Unidos, onde o fenômeno foi mais claramente registrado em estudos, os Boomers são considerados parte de uma geração idealista, combativa, disciplinada e com espírito coletivo, responsável por iniciar as lutas por direitos civis e políticos.
Geração X (nascidos entre 1965 e 1980)
São filhos dos Boomers. Em seu desenvolvimento, presenciaram o aumento das tensões políticas e movimentos sociais. No mundo, tentaram deixar sua marca na busca pela liberdade e por direitos individuais.
Essa geração cresceu com as divisões da Guerra Fria e, aqui no Brasil, com o período do governo militar. Por isso não repete o otimismo que foi uma das marcas dos seus pais. A Geração X é mais cética em relação a autoridades e governantes.
Sendo mais individualistas e competitivos, é natural que percam também um pouco do senso coletivo. Um reflexo dessa característica surge como vocação empreendedora. Muitos iniciaram seus próprios negócios e hoje representam parte considerável dos empresários do país. Dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), indicam que 38% das startups brasileiras são comandadas por pessoas com mais de 45 anos.
Essa é também uma forte geração no que diz respeito ao consumo. Embora não tenha as mesmas condições econômicas de quem veio antes, a Geração X apresenta alto poder de consumo e procura aproveitar seus recursos da maneira mais intensa possível.
Geração Y ou Millennials (nascidos entre 1981 e 1995)
Costumam priorizar a felicidade em relação ao dinheiro, apresentando menos apego a bens materiais. São contestadores e com tendência reforçada ao individualismo. Viveram a transição da internet e se julgam eternos jovens.
No Brasil, os Millennials nasceram no contexto da redemocratização (após os governos militares) e da instabilidade econômica e política, mas viram o país começar a dar passos mais seguros com o surgimento do Plano Real.
Diante de tantas transformações, essa geração se tornou muito mais flexível às mudanças. Mais que isso: eles são ávidos pela inovação e pelos desafios. São pessoas que não se importam tanto com a busca de estabilidade, preferem procurar sua paixão. Ousadia e experimentação são altamente valorizadas.
Por terem crescido com a globalização, eles desenvolveram uma visão ampliada de realidade e não desejam mais o mundo que os pais e avós deixaram. Priorizam a sustentabilidade porque se preocupam com o futuro do planeta, defendem o consumo consciente e gostam de se engajar em causas sociais.
Ao mesmo tempo, e de forma contraditória, também são caracterizados como imediatistas. Já que viram o mundo acelerar, eles querem ter o que desejam o mais rápido possível. Uma pressa que vale tanto para o sucesso na carreira quanto para a resposta de uma mensagem no celular. Isso ajuda a explicar o aumento nos níveis de medo e ansiedade dessa geração, que enfrenta sérios problemas psicológicos.
Os Millennials desenvolveram um modo de pensar complexo, muitas vezes fragmentado, que reflete o meio que eles mais usam para se relacionar e se expressar: a internet. O resultado desse comportamento é também uma identidade fragmentada. Ser diferente a cada momento e, algumas vezes, ser tudo ao mesmo tempo. Ou seja, nada fora do normal para essa geração tão dinâmica.
Geração Z (nascidos entre 1996 e 2010)
Os tão falados “nativos digitais”. Nasceram já sabendo o que é a internet, por isso dominam as tecnologias. Gastam horas em games e redes sociais e não ligam tanto para séries e filmes.
Por estarem sempre conectados, não existe divisão entre online e offline para eles. Consequentemente são mais ágeis e tendem a se comunicar melhor e de variadas formas que muitas vezes não são compreendidas pelas gerações anteriores.
Enquanto a Geração Y entrou no mercado de trabalho logo após a crise financeira de 2008, a Geração Z enfrenta a pandemia logo no seu início de carreira. A busca por propósito de vida e pertencimento, característica dos Millennials, ficou ainda mais intensa com os Zoomers – como também é chamada a geração Z.
Por serem duas gerações com similaridades e bastante presença online, as diferenças entre Millennials e Zoomers costuma movimentar a internet. Essa disputa tornou famoso o termo “cringe”, que é um verbo em inglês cujos significados podem ser “encolher-se ou recuar com medo” ou ainda “sentir-se muito envergonhado ou constrangido”. Entre os jovens brasileiros da Geração Z, a palavra virou substantivo para definir hábitos da Geração Y que eles consideram embaraçosos, antiquados ou, para usar uma expressão dos velhos tempos, cafonas.
Geração Alpha (nascidos a partir de 2010)
Os estudos sobre este grupo ainda estão no início, mas pesquisadores já apontam o papel cada vez mais marcante das tecnologias digitais forjando suas relações de parentalidade, amizade, afetividade e consumo.
Em entrevista ao Grupo Padrão, Fernanda Furia, mestre em psicologia de crianças e adolescentes, faz a previsão de algo que recentemente era tema apenas da ficção científica: a Geração Alpha será protagonista do início de uma relação afetiva entre seres humanos e máquinas.
São crianças que recebem tantos estímulos diferentes, mas se acostumam a lidar com isso desde muito cedo. Com esse ritmo de interações, provavelmente estarão mais preparadas para as transformações do futuro. Mudanças que virão naturalmente ou que elas mesmas vão provocar. Afinal, o poder de contestação e mobilização da geração anterior tende continuar forte e bem presente na sociedade.
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