Como promover o desenvolvimento emocional infantil? Entenda aqui

Educação Socioemocional

20 de outubro de 2020

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 16 de novembro de 2020.


Todos os pais têm um papel fundamental na educação dos filhos e constroem grandes expectativas sobre as crianças: desejam que eles desenvolvam uma boa interação social, tenham um bom rendimento na escola e estejam fisicamente bem. 

Entretanto, é muito importante reconhecer que, para que todas essas perspectivas sejam alcançadas, é necessário trabalhar para um bom desenvolvimento emocional infantil.

Você sabia que a infância é uma das fases mais importantes da vida de uma pessoa? É nessa etapa que o ser humano aprende a falar, se movimentar, responder aos chamados das outras pessoas e a manifestar a suas vontades.

Dessa forma, é significante reconhecer que as crianças precisam desenvolver, também, a inteligência emocional e aprender a canalizar de forma saudável seus sentimentos, para que as habilidades socioemocionais sejam aprimoradas com sucesso. 

Foi pensando nesses aspectos que produzimos este conteúdo. Aqui, você verá como trabalhar o desenvolvimento emocional infantil e como ele pode impactar a aprendizagem. Boa leitura!

Qual é a importância de promover o desenvolvimento emocional infantil?

Se queremos que uma criança apresente engajamento e motivação para o aprendizado, seja em casa ou na escola, é muito importante trabalhar o desenvolvimento emocional, isto é, produzir um contexto positivo, que estimule a boa interação da criança com o ambiente e outras pessoas.

Antes de mais nada, é preciso compreender algo importante sobre o ser humano e suas emoções. Às vezes, não gostamos de determinados sentimentos que consideramos negativos, como raiva, insatisfação, ciúmes, rejeição e medo. 

No entanto, todas essas emoções são humanas, e nós todos vamos vivenciá-las inúmeras vezes na vida. Por isso, algumas questões importantes são: “O que vou fazer com essa emoção indesejada?”, “Para onde vou direcioná-la?” e “O que ela quer dizer para mim?”, que é a mais significativa.

Quando pensamos dessa forma, tudo fica mais leve; afinal, o importante é o que fazemos com esse sentimento. Algo difícil para um adulto estabelecer em sua rotina, não acha? No entanto, se levarmos essa lição para a criança desde cedo, com certeza, ela terá chances de se tornar uma pessoa com bem-estar emocional.

Com um bom desenvolvimento emocional desde cedo, ela: 

  • aprende a expressar seus sentimentos de forma mais saudável;
  • tem maior foco para alcançar seus objetivos;
  • mantém o equilíbrio em suas relações interpessoais, mesmo aquelas construídas na creche ou nos anos iniciais com professores e colegas;
  • aprende a ter uma maior resiliência diante dos processos e das dificuldades.

Tudo isso contribui para uma sensação mais ampla de segurança e pertencimento. Além disso, essas são características fundamentais para uma boa vida social, pessoal e profissional.

Como funciona o desenvolvimento emocional infantil?

Antes de seguirmos, vamos compreender o que é desenvolvimento emocional infantil, pois, por trás dessas palavras, existe muita pesquisa. 

Desenvolvimento emocional é a capacidade que a pessoa tem de, com o tempo, elaborar meios de manifestar seu temperamento no ambiente social e nas atividades rotineiras.

Já temperamento, para a psicologia, são as particularidades que um indivíduo apresenta em seu comportamento, baseando-se nos três aspectos da personalidade: afetividade, atividade e atenção.

O sentimento é uma característica própria do ser humano; porém, nomeá-lo é algo que tem origem social. Uma criança, geralmente, não sabe nomear o que sente para um adulto. Assim, é durante a sua experiência de vida que ela vai aprendendo o que é gratidão, amor, alegria, raiva e tristeza, entre outros.

Descobrir como expressar os sentimentos, compreendê-los e direcioná-los faz parte do desenvolvimento emocional. Assim, o temperamento da criança estará equilibrado, sem excesso de irritação, extroversão, introspecção, timidez ou dependência. 

As dificuldades de aprendizagem tendem a ser menores quando a criança se encontra equilibrada dentro do seu temperamento e em sua manifestação emocional; afinal, para que determinadas atividades sejam realizadas, é preciso ter autoengajamento.

Por isso, é importante ensinar à criança como se equilibrar, compreendendo, por exemplo, por que não conseguiu tolerar determinada frustração ou se resguardou de forma desmensurada ante desafios que poderia ter enfrentado. Desse modo, o desenvolvimento emocional, além de ser um trabalho educativo, também é baseado em uma profunda observação.

O que os pais devem observar no desenvolvimento emocional infantil?

Além da escola e dos psicólogos — caso a criança tenha a oportunidade de entrar em contato com um desde cedo —, os pais também ocupam um papel fundamental no desenvolvimento emocional infantil.

Quantas vezes você se permite observar o que seu filho está fazendo? Quantas vezes ele quer, por exemplo, ter o desprendimento para se alimentar sozinho ou mesmo servir a própria salada e, devido à pressa do cotidiano, é impedido de exercitar essa autonomia? 

Inclusive, também pode ocorrer o contrário: o seu filho pede a sua total atenção diariamente ou fica recluso em suas preferências e não sabe lidar quando uma criança aparece para dividir espaço, tempo, afazeres e objetos, por exemplo.

Observar uma criança vai muito além de notar se ela está aparentemente bem ou não. É nos detalhes da rotina, nos desejos, em como ele se expressa e na maneira de demonstrar os sentimentos que percebemos com mais clareza qual é o temperamento do pequeno.

Sabe-se que a rotina do dia a dia impede que determinadas observações sejam feitas a todo instante, mas o pai ou a mãe podem dedicar-se pontualmente para esse tipo de observação mais aprimorada. 

Por meio de algumas atividades, por exemplo, a criança dará pistas de suas tendências de reação: calma, responsiva, tranquila ou reativa. Veja, em nosso próximo tópico, como colocar essa observação em ação.

Como os pais podem ajudar no desenvolvimento emocional dos filhos?

Algumas atividades são capazes de evidenciar os sentimentos, as emoções e o temperamento da criança. Essas informações são muito relevantes ao trazer um diagnóstico de como os pais e/ou educadores devem responder às reações dela.

As emoções estão presentes desde o início de nosso ciclo vital — por exemplo, o choro da criança ao nascer representa o incômodo que ela sente diante de um novo ambiente, que, até então, era completamente limitado aos sons e sensações da mãe. Por isso, quanto antes começarmos o trabalho com o emocional infantil, melhor é, pois esse aprendizado será levado para a vida toda. 

Ensinar a criança a buscar maneiras mais equilibradas de lidar com as emoções é um grande trabalho para os cuidadores. É preciso estudar e compreender, principalmente, as próprias emoções. Só então torna-se possível observar as emoções do próximo. Abaixo, seguem algumas dicas para os pais que desejam iniciar essa missão. Acompanhe!

Cuide dos seus próprios sentimentos

Quando um pai ou uma mãe levam o filho até o terapeuta, provavelmente, o especialista pedirá para que esse responsável também inicie uma espécie de atendimento para si mesmo. Isso, porque, como uma família é composta por várias influências, geralmente, os problemas não são especificamente de um ou outro, mas de todos. 

Sendo assim, antes de iniciar qualquer observação sobre o seu filho, faça algumas visitas ao psicólogo, analise seus próprios sentimentos, questione a si mesmo e veja como reage às situações mais adversas da vida:

  • Você é explosivo quando algo não sai como planejado? 
  • Incomoda-se com pessoas diferentes em seu ambiente familiar?
  • É expansivo demais no cotidiano? 
  • É inflexível quando o assunto é desconfortável?
  • Sente-se sobrecarregado de afazeres diários e percebe que não tem tempo para si mesmo? 

Se possível, no final do dia, anote como se sentiu nos vários momentos que vivenciou e como se sente enquanto escreve sobre eles. Perceba as próprias emoções e como você lida com elas.

Comunique-se com a criança

Para este tópico, é importante levantarmos um histórico de muitas famílias brasileiras. 

Algumas crianças que foram criadas nos anos de 1990 sabem que o diálogo ainda não era algo tão comum entre pais e filhos. Claro, essa não é uma observação geral, mas não é raro ouvir relatos de uma relação mais distante com os pais, com sermões ou surras aparentemente sem motivos. 

Atualmente, com o avanço da educação e uma maior compreensão sobre as habilidades socioeducativas, sabemos que o diálogo é a ponte para muitos entendimentos sobre si mesmo e o outro. 

Como os pais são a principal fonte de aprendizado da criança, o comportamento deles é o primeiro espelho que ela terá. Assim, quando as crianças são muito pequenas, é importante que os pais dirijam-lhes frases curtas e, além disso, por meio de suas ações, sejam exemplos. 

Isso quer dizer que, se a criança não pode almoçar no sofá, é importante que você explique o porquê e dê exemplo ao não almoçar no sofá.

Converse sobre os sentimentos

Se expressar os sentimentos não é algo fácil para quem é adulto, imagine para uma criança. A partir de um bom trabalho, porém, nada é impossível. Aos poucos, vá introduzindo a noção dos nomes, como: “eu me sinto alegre/triste; eu não estou bem/estou sem paciência”, entre outros.

É muito importante raciocinar com as crianças sobre o que elas sentiram, o que fizeram com o que sentiram e qual o resultado daquela ação. Um exemplo muito comum: fila do mercado, um doce novo apareceu, e você sabe que ele pode ser prejudicial para a criança. 

No entanto, ela quer e pede que você o compre. Você deixa claro que não e justifica. Se ela não sabe lidar com a frustração, inicia a famosa birra. Nesse momento, o melhor é esperar e, quando ela desistir, ter uma conversa sobre o que ela sentiu e sobre as consequências daquela ação.

O perfil de quem educa é decisivo para que a criança aprenda a construir seus sentimentos e seu temperamento de maneira saudável. Pais que são explosivos podem acabar criando filhos com a mesma característica ou, inclusive, o extremo oposto. Portanto, para que o resultado seja baseado em um bem comum, é muito importante que o ambiente seja saudável.

Passe um tempo de qualidade com seu filho

Há uma grande diferença entre “passar um tempo com seu filho” e “passar um tempo de qualidade com seu filho”. Alguns pais, devido às responsabilidades da carreira profissional, não têm tantos horários disponíveis para ficar com as crianças. O contrário também é possível: algumas pessoas ficam tanto com elas que se esquecem de trazer qualidade para esses momentos. 

Para resolver isso, a gestão do tempo é fundamental. Sendo assim, procure fazer com que cada ocasião com seu pequeno seja especial. Mesmo tarefas do cotidiano, como as lições de casa, ir ao mercado, ler uma obra literária, criar uma brincadeira ou levá-lo para a cama antes de dormir, são importantes quando realizadas na companhia dos pais, pois transmitem segurança e confiança.

Quando estimular o desenvolvimento emocional dos filhos?

Como já demonstramos, não há uma época específica para começar a trabalhar de forma positiva o desenvolvimento emocional dos filhos. O momento ideal para iniciar é quando você se sentir preparado, lembrando sempre de começar por si mesmo e, depois, cuidar da criança.

Se você se sentir inseguro, é possível estabelecer um diálogo com a escola ou com especialistas no assunto. Veja como cada instituição pode auxiliar!

Escola

A escola, com certeza, tem muito a acrescentar para o desenvolvimento emocional das crianças. Esse ambiente será responsável pela socialização do pequeno, pelos diálogos e pelas noções de compartilhamento, liderança e expressão pessoal, entre outras. 

Além do mais, é na escola que a criança entrará em contato com questões mais complexas de relacionamento. Um bom desenvolvimento emocional vai dar a ela mais autonomia ao lidar com o bullying — se for preciso — e as dificuldades de aprendizagem. Com isso, o processo de adaptação escolar será mais eficiente.

Terapeuta

O terapeuta tem uma preparação maior para trabalhar com o desenvolvimento emocional humano. Entre as sessões, ele:

  • auxiliará a criança a expressar seus sentimentos de forma clara e a agir com coerência em relação àquilo em que ela acredita;
  • proporcionará para a criança um ambiente acolhedor;
  • demonstrará, por meio do diálogo e da compreensão, determinadas práticas que não são legais.

As funções e as atividades exercidas pelo terapeuta são muitas, mas sempre positivas para gerar o bom desenvolvimento emocional infantil.

Atualmente, a inteligência emocional é algo muito valorizado na educação — tanto, que a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) preza, em todas as competências que trabalha, pelo desenvolvimento socioemocional. Afinal, o conhecimento é extremamente importante, mas é fundamental saber como aplicá-lo ao lidar com as situações complexas que a vida apresenta.

Ao promover o desenvolvimento emocional infantil, você estará não só cuidando do presente do seu filho, como, também, da saúde mental dele no futuro. As formas que temos de construir relações passaram por imensas modificações recentemente; por isso, é preciso que busquemos novas atitudes para novos contextos sociais.

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