Superando os conflitos na infância

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12 de novembro de 2021

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 12 de novembro de 2021.


Conheça melhor os caminhos que podem ajudar crianças a desenvolver uma mentalidade conciliadora.

Enfrentar comportamentos desafiadores como agitação, bagunça, briga, alvoroço e desordem são parte da nossa rotina como responsáveis. Tudo isso é comum na infância, porque os pequenos muitas vezes não têm maturidade para controlar suas próprias emoções.

No caso da criança, quando a linguagem verbal ainda não está plenamente desenvolvida, o corpo é o único veículo para manifestar aquilo que está incomodando. Cabe ao adulto, portanto, usar bastante empatia e atenção para identificar quais são as causas do conflito.

É compreensível que os nossos filhos precisem, algumas vezes, expressar seus sentimentos por meio da birra e dos ataques de raiva. O problema surge quando esse comportamento não evolui com o tempo. Então naturalmente vem a pergunta: como podemos ajudar no amadurecimento emocional das crianças?

Para começar a responder essa questão, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre as teorias e as técnicas da “Comunicação Não-Violenta” e da “Disciplina Positiva”.

O que é a Comunicação Não-Violenta?

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é um processo desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Muito mais do que uma técnica de linguagem, a CNV é um estado de consciência em que o respeito, a atenção e a empatia prevalecem entre as pessoas.

Em outras palavras, é um método de comunicação que visa resolver conflitos de maneira pacífica, por meio da compaixão e buscando entender o que nos leva a agir de maneira violenta.

Por isso é uma abordagem que propõe conversas francas e desarmadas, para trocas sinceras e sem julgamentos. Muito além de uma orientação para o diálogo, essa proposta muda a forma de olhar a si mesmo e ao outro.

O autor Marshall Rosenberg escreveu que “toda violência é a manifestação trágica de uma necessidade não atendida”. Sua metodologia ajuda a ter uma percepção respeitosa das necessidades de cada criança e pode ser conhecida, de maneira aprofundada, no livro “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”.

Você conhece a Disciplina Positiva?

Segundo a Associação Brasileira de Disciplina Positiva, o método foi baseado nos trabalhos de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, dois psicólogos humanistas que defendiam fortemente as conexões afetivas como motores do comportamento. Mais tarde, a psicóloga e educadora Jane Nelson e outros autores escreveram uma série de livros sistematizando o método da Disciplina Positiva. Eles reforçam que a qualidade da relação entre pais e filhos é muito mais efetiva para a educação do que as punições.]

Baseada no afeto, no respeito, na compreensão e no aprendizado mútuo, essa estratégia busca educar com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem que seja necessário castigar ou condicionar as crianças com recompensas.

Quando aplicada, tanto no ambiente escolar quanto nos lares, o método tem potencial de melhorar o desempenho escolar, fortalecer vínculos e estimular a autoconfiança. Mais do que dicas simples, o que a autora Jane Nelson propõe com a Disciplina Positiva é que os adultos percebam determinadas condutas como mensagens.

5 Estratégias para superar conflitos na infância

Saber ouvir o que está sendo dito pelo outro e expressar de fato o que desejamos dizer, embora pareça tarefa simples, é muito difícil. Isso acontece em todas as esferas da vida, inclusive entre pessoas de diferentes idades. Ainda assim, é possível adequar o discurso e, principalmente, sintonizar os corações para que a conexão prevaleça. Listamos abaixo cinco estratégias presentes tanto na Comunicação Não-Violenta quanto na Disciplina Positiva para usarmos nos desafios diários com os filhos.

1. Perceber o que está por trás do problema

É preciso considerar que todo comportamento desafiador, muitas vezes violento, se deve a uma insatisfação. Algo incomoda a criança e aquela foi a maneira que ela encontrou para expressar o problema. Cada criança é única, por isso é preciso conectar para saber “ler” o que se passa com ela.

Quando nos deparamos com uma situação que nos incomoda, o primeiro passo é observar o que está acontecendo de fato, sem julgamentos. É um desafio grande, pois nossas percepções estão quase sempre conectadas com emoções, especialmente quando as circunstâncias são desagradáveis. Contudo, é importante fazer esse exercício de desprendimento.

2. Estar presente na hora de ouvir

Neste mundo tecnológico e com tantas informações que geram distrações a todo o momento, falar com as crianças pessoalmente e em um ambiente calmo faz uma grande diferença. Para perceber quais são as demandas, é preciso que o responsável se entregue integralmente a fim de captar não só o que o filho diz, mas também o que está nas entrelinhas de seus gestos.

Observar, escutar de forma afetiva, deixando de lado todo o resto, fará a criança se sentir importante e dará segurança para, com mais liberdade, manifestar o que de fato sente. É a chamada escuta empática. Nas palavras de Marshall Rosenberg, “empatia é esvaziar a mente e ouvir com todo o nosso ser”.

3. Ensinar sobre sentimentos

Muitos de nós crescemos escondendo nossos sentimentos e, por vezes, nem sequer refletindo sobre eles. É importante ajudar o pequeno a demonstrar aquilo que sente, fazendo perguntas e contando sobre suas próprias experiências. Dessa forma, ele poderá entender o que incomoda e se expressará de forma mais clara.

O passo seguinte é identificar e nomear o que sentimos em relação ao que observamos. Embora pareça simples, na prática, isso também é mais difícil do que imaginamos. Na conversa com uma criança, por exemplo, é possível explicar que determinada circunstância deixa você triste. Isso não significa culpar a outra pessoa, mas compreender e expressar os seus sentimentos. É importante ajudar a criança a entender também as suas próprias emoções e a olhar o próximo com empatia.

4. Usar uma linguagem positiva

Uma simples palavrinha, ou a ausência dela, pode fazer toda a diferença. Privilegiar a linguagem positiva e tomar cuidado para não dar um tom de ameaça ao que dizemos é fundamental.

O medo da punição, por parte da criança, diminui a autoestima e a boa vontade. Na Disciplina Positiva há uma ferramenta interessante para estruturar a frase sem gerar ameaça: substituir o “se” pelo “assim que”. Por exemplo, em vez de “se você não guardar o brinquedo agora, não vai comer a sobremesa”, dizer “assim que você guardar o brinquedo irá comer a sobremesa”.

Que tal mais um exemplo? Em vez de falar “você é bagunceiro”, é possível mudar para “seu quarto está bagunçado”. Parece corriqueiro, mas uma simples mudança nas palavras retira do outro o peso da culpa e mostra que existe um impasse a ser solucionado.

5. Olhar para si mesmo também é importante

Para Marshall Rosenberg, é na troca com o outro que acabamos escutando não só as necessidades dele, como também as nossas. O que será que o meu comportamento raivoso, sempre impaciente com aquela criança, está querendo me dizer?

Dar um tempo para si mesmo, acolher as próprias necessidades, é também um passo importante para a melhora de nossos relacionamentos. Precisamos pensar de maneira cuidadosa e ponderada para desenvolver o autoconhecimento.

Esperamos que essas dicas ajudem todos, responsáveis e crianças, a superar os conflitos que surgem a cada dia. Em casa e na escola, podemos aprender a conviver melhor e com mais afeto.

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