Dia Mundial de Conscientização do Autismo

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1 de abril de 2022

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 1 de abril de 2022.


Aproveite a data para conhecer mais sobre as principais características do Transtorno do Espectro Autista

Definida pela Organização das Nações Unidas, a data de 02 de abril é marcada pelo Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Como o próprio nome sugere, a finalidade é incentivar ações de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) rompendo os preconceitos e favorecendo a inclusão das pessoas autistas.

Mesmo diante da dificuldade para realização do diagnóstico apropriado em alguns países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas têm autismo. O mais recente relatório divulgado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), indica que 1 em cada 44 crianças possui espectro autista nos Estados Unidos. Ainda que reflita a realidade americana, o documento é referência para as autoridades e pesquisadores brasileiros na busca por melhores tratamentos.

As pesquisas mostram um crescimento progressivo de pacientes diagnosticados e, apesar dos avanços na área de saúde, o tema autismo ainda é pouco debatido, abrindo margem para preconceitos e desinformação. Convidamos você a seguir a leitura conosco e conhecer mais sobre as principais características do TEA.

O que é o Transtorno do Espectro Autista

O autismo não é uma condição uniforme e sim um espectro, isto é, cada pessoa experimenta combinações diferentes de traços autistas e em diferentes intensidades. A partir desse entendimento, desde 2013, o autismo passou a ser chamado de Transtorno do Espectro Autista.

O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pelas dificuldades na comunicação e linguagem, comportamentos repetitivos e um repertório restrito de interesses que afetam a aprendizagem e o convívio social. Em alguns casos, manifestam também sinais de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Os sintomas tendem a surgir na primeira infância, mas tem sido cada vez mais comum o diagnóstico em adultos. Isso mostra que, apesar de alguns chamarem de autismo infantil, as condições associadas aos transtornos costumam persistir em todas as etapas da vida de quem tem TEA. 

Primeiros sinais do espectro autista

Para os especialistas em TEA, os sinais característicos de uma criança do espectro autista são:

  • Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual, expressão facial, gestos, manifestar as próprias emoções e fazer amigos;
  • Problemas na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e bloqueios para começar e manter um diálogo;
  • Alterações comportamentais, como apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse obsessivo em coisas específicas, dificuldade de imaginação e intensa sensibilidade sensorial.

Devemos ressaltar que os sintomas afetam cada pessoa de maneira e intensidade diferentes. Algumas crianças podem ter dificuldades para tarefas cotidianas como tomar banho sozinha, enquanto outras também diagnosticadas com TEA parecem levar uma vida relativamente “normal”. Para compreender melhor, conheça os diferentes níveis de autismo conforme sua intensidade.

Níveis de intensidade do autismo

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), referência mundial para médicos, cada indivíduo possui seu conjunto de sintomas e características particulares que são manifestados em níveis diferentes de intensidade. Logo, para facilitar o estudo e avaliação do diagnóstico, o DSM-5 divide o Transtorno do Espectro Autista em três níveis:

Nível 1

É o nível mais leve, no qual a criança precisa de pouco suporte. Algumas das dificuldades encontradas são:

  • Diminuição do interesse em conviver com outras crianças;
  • Tende a dar respostas atípicas ou não conectadas com o assunto;
  • Apresenta comportamento inflexível;
  • Por conta do foco intenso, costuma ter dificuldade para trocar de atividades;
  • Não consegue iniciar interações sociais;
  • Problemas de organização e planejamento que podem prejudicar sua independência.

Nível 2

Considerado de grau moderado, pois necessita de suporte substancial. São crianças propensas a ter um nível um pouco mais grave de deficiência nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal. Dentre as características comportamentais e de comunicação temos:

  • Demonstra aflição se precisar mudar o foco ou ação;
  • É perceptível as dificuldades de comunicação social;
  • Mesmo tendo suporte, as dificuldades de linguagem são aparentes;
  • Apresenta déficits consideráveis na conversação;
  • Tende a dar respostas reduzidas às interações sociais;
  • Os comportamentos atípicos interferem com o cotidiano da criança nos mais diversos ambientes.

Nível 3

Classificado como o grau mais severo e por isso exige um maior suporte. A pessoa neste ponto do espectro tem uma dificuldade extrema em lidar com as mesmas dificuldades dos níveis leve e moderado.

  • Tendem ao isolamento social;
  • Possui dificuldades graves na comunicação social verbal e não verbal;
  • Expressa poucas palavras e fala inteligível;
  • Responde apenas a abordagens muito diretas;
  • Seus comportamentos restritos e repetitivos interferem significativamente no funcionamento em todas as áreas da vida.

Diagnóstico: quanto mais cedo, melhor

A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que toda criança, entre 18 e 24 meses de vida, seja avaliada mesmo não apresentando sinais evidentes de TEA ou de outros transtornos.

O diagnóstico deve ser realizado por um profissional especializado como um neuropediatra ou psiquiatra pediátrico. Não existem exames de imagem ou testes, é feita uma avaliação comportamental da criança e uma entrevista com os responsáveis.

A identificação das comorbidades durante a infância permite a escolha do tratamento mais adequado. Está comprovado que quanto mais cedo o acompanhamento especializado ocorrer, maiores são as chances de reduzir os sintomas em até dois terços. Isso significa maior qualidade de vida sendo conquistada ao longo dos anos.

Tratamento ao longo da vida

Diferente de uma doença, não há cura para transtornos. Trata-se de uma condição que irá acompanhar o indivíduo por toda sua vida. Por isso, o foco do tratamento é suavizar os sintomas e oferecer ferramentas que ajudem a pessoa a ter uma maior estabilidade e qualidade de vida. 

O acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar geralmente formada por pediatra, psiquiatra, neurologista e psicólogo. Além desses profissionais, costumam incluir no tratamento abordagens como:

Fonoaudiologia: com o papel de ajudar a desenvolver as habilidades de linguagem e comunicação.

Ludoterapia: o terapeuta faz uso de brinquedos para atrair a atenção da criança, ajudando a trabalhar com o contato visual e interação social.

Análise Aplicada do Comportamento: trata-se de uma análise comportamental do pequeno por meio dos princípios da teoria do aprendizado. No caso de uma criança com TEA, o objetivo é ampliar seu repertório comportamental e consequentemente obter uma melhora na interação com outras pessoas, amenizando o modo como lida com mudanças.

Ainda não há medicamentos específicos para tratar o TEA, apesar das intensas pesquisas e testes. O que costuma ser feito, com indicação médica sempre, é o uso de remédios para aliviar as condições associadas como: insônia, hiperatividade, agressividade, falta de atenção, ansiedade, dentre outras.

Construa uma rede de apoio

Ter uma criança com TEA em casa exige algumas mudanças na rotina da família, envolve custos com terapias e demais desafios que levam ao desgaste físico e emocional. Além dos profissionais responsáveis pelo seu filho, você também pode buscar apoio em grupos formados por familiares de pacientes.

O Autismo e Realidade começou como uma associação de pais e profissionais de saúde e no site você encontra bastante informação relevante, assim como cartilhas contendo orientações aos pais e lista de instituições com serviços especializados de educação e atendimento médico.

Ainda há muitos mitos em torno do autismo que acabam gerando comportamentos nocivos como o bullying. Um problema que surge pela falta de compreensão do quanto as comorbidades afetam a maneira do autista se relacionar com outras pessoas.

Mesmo que seu filho não tenha espectro autista, convidamos os pais a procurarem por mais informações sobre o assunto e assim poderem lidar de maneira empática com pessoas próximas diagnosticadas com TEA. A conscientização do autismo é um passo essencial para construirmos uma sociedade mais inclusiva, acolhedora e livre de preconceitos.

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