Educação inclusiva é para todos

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2 de dezembro de 2021

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 2 de dezembro de 2021.


Entenda qual a importância da inclusão nas escolas e conheça as melhores práticas para ensinar seu filho sobre pessoas com deficiência.

A percepção de que somos diferentes uns dos outros acontece ainda na infância. Conseguimos diferenciar tons de pele, formato de olhos, textura de cabelo, forma de falar e até mesmo de se locomover. É no ambiente escolar que a criança começa a ter contato com pessoas fora do seu círculo familiar e, com a sala de aula cada vez mais heterogênea, é preciso mostrarmos aos pequenos o valor da diversidade humana.

Até pouco tempo, tínhamos dois tipos de escolas no Brasil: a regular e a especial. Na última década, o sistema educacional tem sido transformado com a proposta de termos um único tipo de escola no país: aquela onde todos os alunos são acolhidos, oferecendo recursos adequados e apoio aos que encontram barreiras para a aprendizagem.

A Educação Inclusiva faz parte de um movimento mundial em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. Saiba mais sobre o que é e qual o impacto da inclusão no desenvolvimento infantil.

O que é Educação inclusiva?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que todo ser humano tem direito à educação e é com base nesse artigo que a educação inclusiva fundamenta seus cinco princípios:

1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação

2. Toda pessoa aprende

3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular

4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos

5. A educação inclusiva diz respeito a todos

Seu objetivo é integrar e garantir que os estudantes com necessidades educacionais especiais tenham as mesmas experiências e condições de aprendizagem que os demais. Diferente da escola especial, focada em um atendimento exclusivo e especializado em pessoas com deficiência, a educação inclusiva funciona como um processo social onde todos, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. Em linhas gerais, a inclusão busca unir as duas modalidades, regular e especial, e transformar a escola em um lugar para todos por meio de uma abordagem humanística.

O público alvo da educação inclusiva é formado por três grupos de alunos:

  • com transtornos globais do desenvolvimento ou transtorno do espectro autista;
  • com deficiência;
  • com altas habilidades ou superdotação.

A escola tem o dever de disponibilizar para esses estudantes recursos didáticos diferenciados, conhecidos como Necessidades Educacionais Especiais (NEE). Por exemplo: o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, adaptações do material e do ambiente físico, estratégias diferenciadas para regulação do comportamento. As particularidades de cada aluno devem ser consideradas como diversidade e não como problema.

A escola é um lugar para todos

O Ministério da Educação (MEC) dispõe sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais na educação, recomendando às escolas integrarem em seus currículos e na formação de seus educadores. A construção de políticas públicas inclusivas nas escolas regulares elimina a segregação e discriminação, transformando a educação e a sociedade num lugar mais democrático.

O convívio no ambiente escolar gera para as crianças com deficiência mais autonomia, melhora a socialização, estimula a prosseguirem com os estudos e consequentemente aumenta sua chance de conseguirem melhores oportunidades no mercado de trabalho. Já para os pequenos que não possuem deficiência, é uma bela oportunidade para aprender uma nova linguagem e de desenvolver novas estratégias de raciocínio. Sem contar as habilidades socioemocionais como tolerância, empatia, mediação de conflitos, comunicação e resolução de problemas, consideradas competências essenciais do século XXI.

A diversidade promovida pela educação inclusiva também traz benefícios do ponto de vista pedagógico. Como cada criança tem sua singularidade no processo de aprendizagem, a escola fica obrigada a oferecer formatos e estratégias diversificadas, tornando o processo ainda mais enriquecedor.

É preciso criar uma rede de apoio entre estudantes, docentes, gestores escolares, profissionais de saúde e famílias para garantir que a inclusão no ambiente escolar de fato aconteça. A inclusão envolve toda a sociedade e por isso convidamos você a seguir a leitura conosco e aprender maneiras de como abordar os temas de diversidade com os pequenos.

Aprendendo a conviver com as diferenças

O preconceito continua sendo uma grande barreira, desencadeando práticas nocivas como o bullying por parte das crianças que ainda não aprenderam a aceitar as diferenças e viver em harmonia com elas. A escola e a família são os principais agentes influenciadores na formação do caráter dos pequenos. Como seus responsáveis, devemos ser os primeiros a quebrar estereótipos e preconceitos, ensinando-os valores como respeito e empatia com os portadores de deficiência.

Separamos algumas práticas da Diversa, plataforma que compartilha experiências de educação inclusiva, para ajudar os pais a abordar com naturalidade questões sobre deficiência e inclusão.

Apresente a diversidade

A palavra diversidade é definida como “qualidade do que é diferente, diverso; multiplicidade”, e é por meio dela que a sociedade é moldada. É importante que a criança veja com naturalidade as diferentes etnias, religiões e também as deficiências. A partir dessa compreensão, ela aprende que as diferenças não tornam alguém melhor ou pior que o outro. Para exemplificar, busque citar as particularidades de pessoas conhecidas pelo seu filho como colegas de escola, familiares ou algum amigo da vizinhança. Assim você assegura que ele cresça sem o hábito de julgar as pessoas e sim com o entendimento de que todos devem ser tratados com respeito.

Converse abertamente

Crianças são naturalmente curiosas, então é comum fazerem perguntas ao encontrar alguém diferente. Aproveite a oportunidade para saber a percepção dela! Esteja disponível para dialogar abertamente e acolha suas dúvidas, lembrando de adequar a linguagem de acordo com a idade. Caso sinta insegurança para responder de imediato, deixe marcado para falarem depois com calma.

Se durante a conversa seu filho usar linguagem ou termos inadequados, corrija-os com cuidado e forneça uma alternativa melhor. Ele está em fase de aprendizado e deve se sentir  à vontade para perguntar sobre os temas que mais chamam sua atenção. Façam pesquisas juntos sobre as principais questões, enriquecendo ainda mais as conversas. Estar bem informado é fundamental para prevenir o preconceito.

Ensine pelo exemplo

Sabemos que os pequenos aprendem com exemplos, portanto devemos refletir se nossos comportamentos são condizentes aos valores que desejamos ensinar. Evite, portanto, chavões e não se prenda a respostas genéricas ou conceitos previamente estabelecidos.

Busque usar uma linguagem respeitosa ao falar sobre alguém, livre de estereótipos.

Classificar as pessoas com palavras agressivas ou depreciativas incita a criança a ter comportamentos ofensivos com quem é diferente dela.

Incentive a convivência com pessoas diferentes

Nada melhor que o convívio para romper com os preconceitos. Ao ter contato com pessoas diferentes, a criança amplia sua compreensão e passa a normalizar as diferenças.

Todos os tipos de crianças devem ter contato entre si, trocando conhecimento e frequentando ambientes heterogêneos. A convivência entre pessoas com deficiência desenvolve solidariedade, tolerância, reduz os conflitos e comportamentos agressivos.

Trate a pessoa com deficiência sem rótulos

Segundo a plataforma Diversa, o primeiro passo para uma educação voltada para a diversidade é desconstruir a ideia de que a criança com deficiência é vítima ou uma pessoa especial. Por trás de toda deficiência existe uma pessoa que deve ser conhecida e valorizada da mesma forma que qualquer outro ser humano. 

Os pais e os responsáveis têm o dever de direcionar como o pequeno agirá com um companheiro com deficiência. Ensine a ter respeito e empatia com quem usa cadeira de rodas, bengala e linguagem de sinais. Mostre ao seu filho que, assim como qualquer outra criança, a pessoa com deficiência tem direito de estar nos mesmos lugares e participar das mesmas brincadeiras, porém pode precisar do apoio de alguém para executar uma determinada atividade ou tarefa.

Enfatize as semelhanças

Uma maneira de aproximar as crianças de pessoas com deficiência é trabalhar sua percepção. Ao ensinar as crianças sobre as diferenças, não deixe de enfatizar as semelhanças. Peça para seu filho contar quais as habilidades que o amigo ou amiga com deficiência tem que mais se destacam. Assim, a criança começa a enxergar aspectos para além das dificuldades.

Durante o período escolar, os pequenos tendem a desenvolver um senso de competitividade com os outros coleguinhas. Fique atento à reação do seu filho diante de pessoas com deficiência, pois infelizmente há muitos casos de bullying com esses alunos.

A criança deve aprender que, apesar das diferenças, somos todos humanos.

6 dicas de livros para ampliar o repertório

Aproveite momentos de lazer para verem filmes, animações ou livros que reforcem o tema da pluralidade. Confira nossa seleção de livros que abordam questões de diversidade e deficiência de maneira lúdica. Uma ótima maneira de aprender mais sobre tolerância e amor ao próximo.

O menino que via com as mãos – Alexandre Azevedo

Enquanto os amigos exploram o mundo apenas observando-o, a experiência do menino Juquinha é mais profunda. Ele caminha pelos diferentes lugares do mundo tateando as suas superfícies para reconhecê-las. E o motivo disso é que ele é deficiente visual.

O livro mostra aos pequenos como é o mundo de quem precisa do tato para conhecer o seu entorno. E vai além: a obra de Alexandre Azevedo é inclusiva ao trazer a história em braile para que as próprias crianças cegas consigam ler, não nos deixando esquecer que representatividade é importante.

Rodas, pra que te quero!  Angela Carneiro e Marcela Cálamo  

A pequena Tchela andava para cima e baixo com a sua bicicleta, até que ela descobriu que isso não seria mais possível. E as duas rodas, que a levavam para conhecer o mundo, precisaram ser substituídas por quatro de uma cadeira de rodas.

A história é ainda mais singular por ter sido inspirada em fatos reais. Marcela Cálamo, uma das autoras do livro, é cadeirante desde os seis anos de idade.

Monstro Rosa – Olga de Dios

Monstro Rosa é mais do que uma história sobre como as diferenças podem unir as pessoas, mas um verdadeiro grito de liberdade.Seu protagonista é um estranho no ninho: um ser que, antes mesmo de vir ao mundo, já era diferente dos outros.

Ele nasce em um lugar onde tudo é branco, até mesmo seus irmãos, que se distinguem dele em muitos aspectos porque Monstro Rosa é grande, peludo, desengonçado e colorido (como o próprio nome sugere). Cansado de se sentir deslocado, decide partir em busca de um lugar onde seja aceito do jeito que é. Nesse trajeto, faz amigos e descobertas que conduzem o leitor a uma reflexão sobre o que é ser feliz, afinal.

O silêncio de Júlia – Pierre Coran e Mélanie Florian

Júlia é uma garota feliz, mas vive solitária. Pássaros cantam no jardim, mas ela não pode ouvi-los. Júlia é deficiente auditiva. A chegada de seu novo vizinho, André, a deixa animada porque finalmente terá um companheiro de brincadeiras.

A história tem uma sensibilidade poderosa de mostrar que, muitas vezes, a falta de conhecimento machuca o outro e por isso precisamos falar sobre diversidade.

Tudo bem ser diferente – Todd Parr

O livro trabalha com as diferenças de cada um de maneira divertida, simples e completa. Alcançando o universo infantil e abordando assuntos que deixam os adultos de cabelos em pé como adoção, separação de pais, deficiência física, preconceito racial, entre outros.

Com ilustrações e frases mais simples, o pequeno terá contato com a diversidade que as pessoas podem ter. Seja ela uma diferença física, como dentes a mais ou a menos, ou o formato diferente do cabelo.

A vida com Logan – Flavio Soares 

Livro baseado nas tiras de Flavio Soares, pai de Logan, contando a vida de um menino com Síndrome de Down e mostrando que isso não o impede de estudar ou fazer novos amigos. Logan adora brincar, correr, desenhar e ouvir histórias como toda criança.

Neste livro você acompanhará seu cotidiano na escola: sua chegada, a amizade com os colegas e a professora, a participação nas atividades e a superação dos desafios. Ao final da obra você encontrará fotos do Logan e várias informações sobre a Síndrome de Down.

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