
Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 9 de dezembro de 2021.
Conheça a psicolinguista argentina que desvendou como as crianças aprendem a ler e escrever.
Quando o mundo se transforma muito rápido, a educação também precisa evoluir para ajudar no desenvolvimento das nossas crianças. Na história recente da pedagogia, alguns nomes se tornaram marcos desses momentos de mudança. No campo da alfabetização, por exemplo, os estudos da educadora Emilia Ferreiro representaram uma revolução.
A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha dos processos de aprender a ler e escrever em nossas escolas. Convidamos você a conhecer um pouco mais sobre essa transformação.
A história começa na Argentina
Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi nasceu em Buenos Aires, no dia 5 de maio de 1936. É uma psicóloga e pedagoga argentina. Formada pela Universidade de Buenos Aires, fez doutorado na Suíça sob orientação do renomado Jean Piaget, seguindo a linha de pesquisa da Psicolinguística Genética.
O contato com Piaget, sobre quem já escrevemos aqui no Guia do Futuro, foi determinante para os estudos e para a percepção de Emilia acerca da educação e do desenvolvimento cognitivo infantil. Estudando a escrita, um campo que seu mentor não havia explorado, ela buscou compreender os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e a escrever.
Em 1979, Emilia Ferreiro se mudou para o México. Desde então vem publicando livros e realizando experiências na área da alfabetização em diversos países da América Latina, incluindo visitas ao Brasil.
Descobrindo as quatro fases da alfabetização
Emilia Ferreiro publicou estudos feitos na Argentina, Brasil, México e Venezuela. Suas obras revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
De acordo com a teoria exposta no livro “Psicogênese da Língua Escrita”, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
- Pré-silábica: onde não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
- Silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
- Silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
- Alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
Assim como Jean Piaget, Emília também acredita que as crianças possuem um papel ativo em seu aprendizado, construindo o próprio conhecimento. Propondo, portanto, que as escolas não devem focar somente no conteúdo, mas também no sujeito que o aprende. Seguindo essas ideias, Emilia Ferreiro afirmou que a escrita não resulta da simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal.
Emília defende que a alfabetização é um caminho para se apropriar da escrita e de todos os benefícios que ela pode proporcionar. Sendo assim, a função social de saber escrever deve ser desenvolvida com o uso de textos atuais, como de jornais e revistas, além de outros livros e histórias, criando um aprendizado significativo e mais enriquecedor.
O processo de alfabetização se torna então uma grande descoberta. Nesta jornada incrível, podemos ajudar a criança a confiar cada vez mais na sua própria capacidade de pensar e aprender.
A transformação da educação continua
Emilia Ferreiro é, indiscutivelmente, um nome de grande importância para a educação mundial, em especial na América Latina e principalmente no Brasil. Suas pesquisas na área da psicolinguística apresentaram uma série de contribuições para a elaboração de novos processos, revolucionando a maneira como educadores desenvolvem a aprendizagem da leitura e da escrita com seus alunos.
Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, que fica na Cidade do México.
Call to Action
Detalhe do Call To Action para Download do Material