Hiperatividade Infantil: Meu filho é hiperativo ou só agitado?

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Descubra como identificar os sintomas e aprenda a lidar com o transtorno de hiperatividade na infância.

O senso comum dos nossos avós afirma que ter uma criança ativa é sinal de saúde. No entanto, uma dúvida deixa muitos responsáveis inquietos: em que ponto a agitação natural da infância passa a indicar um transtorno de hiperatividade?

Vamos imaginar o caso de um pequeno com ritmo acelerado, energia para ficar acordado o dia todo e dificuldade de controlar impulsos. Será só uma característica de personalidade da criança ou estamos realmente falando do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?

Se esse tipo de questionamento está ocupando a sua cabeça, aproveite para começar a entender melhor o assunto com o Guia do Futuro e não se esqueça de procurar ajuda especializada.

O que é hiperatividade infantil?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos principais distúrbios do neurodesenvolvimento que afeta crianças, adolescentes e também adultos. A agitação extrema é apenas um dos sintomas, podendo se manifestar junto com a impulsividade e a dificuldade de atenção.

O problema se apresenta de formas diferentes em cada gênero. No caso dos meninos é mais comportamental, tornando-os mais agitados e impulsivos. Já nas meninas tende a ser mental, fazendo com que tenham uma dificuldade maior de concentração.

Estima-se que 3 a 5% das crianças do mundo sofrem desse transtorno que é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. A hereditariedade parece ser a principal causa, sendo predominante em meninos e totalizando mais de 80% dos casos. Se não for tratada, essa condição pode afetar o aprendizado, as amizades e o desenvolvimento das relações sociais.

A hiperatividade tende a ser confundida com malcriação ou com o comportamento agitado de uma criança com bastante energia. Isso dificulta que os responsáveis percebam o problema de forma precoce. Além disso, o diagnóstico correto geralmente só pode ser dado a partir dos seis anos de idade, quando a criança entra em idade escolar.

Identificando os sintomas da hiperatividade

As crianças naturalmente já têm mais energia do que os adultos. Por isso é importante ter cautela para não acabar confundindo agitação normal com hiperatividade. Os sintomas que listamos abaixo podem se apresentar de forma muito variada e a observação profunda dos pais é fundamental para ajudar na identificação. Lembrando sempre que o diagnóstico apropriado só pode ser feito por uma equipe médica e psicológica.

Problemas no desempenho escolar

Normalmente, os sintomas de uma criança com TDAH aparecem em casa e na escola. Ficar horas sentada na sala de aula acompanhando a matéria pode ser mais difícil do que o usual da idade, afetando o desempenho nas tarefas escolares.

Dificuldade para entender instruções

Não é por má vontade! A criança se distrai com facilidade, perdendo a concentração na hora de ouvir e absorver informações. Essa característica pode até ser confundida com um problema de memória por conta do esquecimento sobre o que foi falado.

Cansa muito rápido das atividades

É comum ver crianças começando um jogo e ficando sem paciência para terminar ou parando de assistir ao desenho sem que a história tenha acabado. A quantidade de distrações do mundo moderno contribui para esse comportamento, mas quem tem hiperatividade faz isso com muito mais frequência.

Problemas com disciplina e organização

Crianças naturalmente não têm o senso de organização apurado, sendo necessário desenvolver essa capacidade durante seu crescimento. O problema é quando você percebe que, mesmo com todo o seu esforço, seu filho não consegue seguir nenhuma disciplina ou planejamento.

Impulsividade e emoções fora de controle

Uma criança hiperativa reage com muito mais ímpeto a qualquer conflito. Ainda que pequeno, o incômodo é sempre valorizado e, por isso, pode ser difícil socializar pacificamente com crianças da mesma idade.

Dificuldades para dormir

Considerando os problemas de concentração e de agitação excessiva, naturalmente surgem alterações no ciclo de sono. Sem a calma necessária para o relaxamento total do corpo, além de alterações de humor bruscas que mexem com o organismo, a criança hiperativa pode ter dificuldade de descansar adequadamente.

Falar demais

A hiperatividade também é bastante conhecida pela tagarelice. A agitação faz com que a criança verbalize sem controle tudo que está sentindo. Essa atitude é um meio de sanar a sua inquietação e de buscar compreensão sobre as emoções. O problema é que ela não tem muito discernimento de quando fazer isso, então acaba interrompendo conversas, se metendo onde não é chamada e respondendo de forma precipitada.

9 Atitudes para lidar com a hiperatividade

No meio da correria do nosso cotidiano, perder a cabeça com as complicações de uma criança hiperativa pode ser fácil. No entanto, o ideal é exercitar a compreensão e a paciência, sempre com carinho. Em muitos momentos, a criança age por impulso e ainda não tem noção que sua conduta é errada. Listamos agora algumas atitudes que podem ajudar você a lidar melhor com essas situações.

1. Saber impor limites é importante

As regras existem em todos os aspectos da vida e crianças que não entendem isso podem ter sérias dificuldades no futuro. Filhos com TDAH têm mais dificuldade em respeitar os limites e essa é uma das maiores missões dos pais. Os responsáveis precisam demonstrar liderança em casa desde cedo. Expresse as expectativas de comportamento para a família de maneira simples e objetiva.

2. Confirme o entendimento do que é falado

Busque a atenção da criança olhando diretamente em seus olhos. Fale sempre com voz clara e calma, dizendo exatamente o que você quer. Em seguida peça para repetir as instruções de volta para você. Geralmente, é melhor dar informações curtas e simples. Para tarefas difíceis, dê apenas uma ou duas ordens de cada vez. É importante também parabenizar a criança diante da conclusão de cada passo certo.

3. Ser consistente faz diferença

Prometa ao pequeno somente aquilo que você realmente cumprirá. Quando uma regra é quebrada, chame a atenção apenas uma vez e com a voz tranquila. Se a advertência não funcionar, siga com a punição que você prometeu. Lembrando que crianças com TDAH muitas vezes passam a maior parte do tempo sendo informadas sobre o que estão fazendo de errado, então elas também precisam ser elogiadas pelo bom comportamento. Valorize o esforço realizado, não apenas o resultado alcançado.

4. Evite comparações

Fazer comparações de seu filho com outras crianças pode ser uma verdadeira armadilha. Embora os pais o façam para tentar estabelecer parâmetros de mudança, é muito importante ter consciência das especificidades. Simples atividades como estudar ou desenhar, mesmo parecendo corriqueiras, podem se mostrar mais difíceis para os hiperativos.

5. Incentivar a organização e a rotina

A criação e organização de uma rotina é muito importante para ajudar a criança a entender que ela tem funções para cumprir ao longo do dia. Não precisa ser nada muito complicado, apenas uma descrição das atividades e obrigações diárias, como horário de estudos e fazer a cama. Isso estimula a disciplina e o cumprimento de regras, duas capacidades fundamentais para o desenvolvimento dos hiperativos.

6. Praticar esportes e atividades físicas

Energia as crianças têm de sobra, mas o que diferencia as hiperativas é a falta de controle. A prática de atividades físicas é uma boa sugestão para ajudar no gasto do que é excessivo. Além de ser uma excelente maneira de estabelecer uma disciplina, estimulando a consciência de si mesma e da relação com os outros.

7. Estimule a mente e a concentração

Crianças hiperativas têm muita dificuldade de concentração, tendendo a dispersar e se entediar muito rápido. Por isso, aposte em recursos que estimulem a criatividade e a imaginação, como atividades audiovisuais e exercícios práticos. Jogos de inteligência e de atenção ajudam na evolução da capacidade de manter o foco.

8. Ajude a estabelecer vínculos de amizade

Infelizmente, crianças hiperativas tendem a sofrer com a exclusão, isolamento e até mesmo bullying. Neste momento, os responsáveis têm um papel fundamental. Tenha cuidado ao selecionar companheiros de brincadeira para seu filho. Convide apenas um ou dois amigos por vez, com linguagem e habilidades físicas semelhantes. Recompense bons comportamentos nos jogos e não permita gritos exagerados ou agressões.

9. Procure auxílio de especialistas

A psicoterapia faz com que a criança encontre formas de lidar com determinadas situações de forma mais segura, incluindo sua relação com familiares e o ambiente escolar. Não hesite em consultar terapeutas, professores e outros especialistas sempre que você sentir que é necessário. Os profissionais ajudarão você a descobrir tudo que pode ser feito para o pequeno desenvolver suas capacidades.