Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 9 de novembro de 2021.
Descubra as diferenças e saiba como escolher a escola mais indicada para os seus filhos
A palavra “metodologia” vem do termo “método”, que significa o meio utilizado para se alcançar determinado objetivo, seguindo para isso critérios e regras pré-determinadas. Na educação dos nossos filhos, conhecer o método da escola é entender o caminho escolhido para fazer o aprendizado acontecer.
O papel da metodologia de ensino é integrar técnicas e estratégias para serem aplicadas em sala de aula. Ao longo dos anos, novos modelos pedagógicos foram surgindo de acordo com as necessidades e expectativas dos estudantes e dos responsáveis.
A partir do momento em que adota uma metodologia de ensino, uma escola está se posicionando quanto aos seus valores e objetivos. O método aplicado deve ser de conhecimento do público, para que todos saibam como o desenvolvimento do ensino será feito.
Atualmente o Brasil tem instituições com diversas metodologias, oferecendo opções que se adequam às mais diferentes personalidades e ritmos de aprendizado. A questão é saber identificar qual é a mais indicada para o tipo de educação que você procura.
As principais metodologias disponíveis no Brasil
É importante lembrar sempre que existem muitos métodos de ensino, com características variadas para atender necessidades e expectativas diversas. Também é natural vermos escolas que unem práticas de diferentes metodologias, numa constante evolução para que os estudantes consigam aprender com mais facilidade.
Nas escolas brasileiras, os métodos mais empregados são:
- Tradicional (ensino conteudista);
- Construtivista (inspirado por Jean Piaget);
- Sociointeracionista (inspirado por Lev Vygotsky);
- Montessoriano (inspirado por Maria Montessori);
- Waldorf (inspirado por Rudolf Steiner).
Vamos agora entender juntos um pouco das características e de como cada uma dessas linhas funciona na prática!
Metodologia Tradicional
No método pedagógico tradicional o professor é a figura central, o detentor de todas as informações, e o aluno é visto como o receptor onde o conhecimento será depositado. Esse é o método mais comum na maioria das escolas do Brasil, onde há uma alta ênfase no conteúdo.
Nesse formato, os professores realizam aulas expositivas e abordam conteúdos elaborados de acordo com as diretrizes educacionais. Os alunos devem entender o que está sendo explicado para avançarem a cada ano letivo. As principais ferramentas de avaliação são as provas, que comprovam a competência nas diferentes disciplinas.
Como funciona na prática?
O foco do professor é a transmissão do conhecimento de forma clara para que o aluno aprenda e absorva de forma passiva. Nesse modelo existe a ideia de reprovação, quando os alunos não cumprem com as metas esperadas para o ano vigente.
Os conteúdos são ensinados sem abrir espaço para contestações por parte do aluno. As aulas são expositivas, ou seja, o professor faz uma exposição verbal do conteúdo, além de passar exercícios para auxiliar na memorização do que está sendo ensinado.
Existe uma hierarquia bem definida, sendo o professor a autoridade que deve ensinar. Além disso, o silêncio deve ser constante na sala de aula.
A avaliação é por meio de lições de casa, trabalhos e provas, que medem a quantidade de conteúdo que foi memorizada e absorvida. Um dos índices de sucesso é a aprovação dos alunos no vestibular.
Metodologia Construtivista
Desenvolvida pelo epistemólogo Jean Piaget e chegou ao Brasil por volta da década de 1980. Baseia-se no entendimento de que a criança é protagonista do aprendizado. Assim, busca instigar a curiosidade do aluno para que ele “aprenda a aprender”. A ideia é construir o conhecimento com experiências que sejam engajadoras. O planejamento das atividades leva em consideração os conhecimentos prévios da criança e a maneira como ela interage com o mundo.
O construtivismo defende a ideia de que a escola deve ser dividida em ciclos, diferente das séries utilizadas na metodologia tradicional. O método sugere poucos alunos em sala de aula, de forma a facilitar o acompanhamento pelo professor da evolução no aprendizado de cada estudante, bem como sua intervenção quando necessária
Como funciona na prática?
Nas salas de aula, nada de mesas arrumadas simetricamente. As carteiras, em geral, são em círculos. Os professores não ficam somente de frente para os alunos, eles circulam para observar como cada um assimila o conteúdo e chega ao aprendizado.
Também há muitos trabalhos em dupla ou em trio. O estudante é permanentemente acompanhado e a avaliação, embora seja por notas, é entendida como um processo contínuo. As provas também existem, mas têm um peso menor que no ensino tradicional.
A aprendizagem não acontece de forma passiva pelo aluno, cabendo ao professor a tarefa de criar momentos que despertem o interesse genuíno das crianças. Por exemplo, se elas estão pesquisando em sala sobre determinado tema, como a preservação do meio ambiente, uma abordagem construtivista levará a um passeio na natureza e, na volta, todos podem relatar o que observaram e como pretendem investigar mais a fundo.
O professor conduz o processo, tira dúvidas e monitora o desenvolvimento das crianças. As atividades envolvem muita conversa, tentativas, erros, discussão e formulação de hipóteses. Sempre promovendo o desenvolvimento das estruturas de pensamento, raciocínio lógico, julgamento e argumentação.
Metodologia Sociointeracionista
O modelo pedagógico foi desenvolvido a partir dos estudos do psicólogo Lev Vygotsky, no começo do século XX. É uma abordagem voltada para entender as relações entre os indivíduos, as suas funções psicológicas e o seu contexto social. O professor tem a missão de promover os avanços dos alunos, explorando a zona de desenvolvimento proximal.
É uma vertente similar ao construtivismo, que leva em conta o desenvolvimento de competências e habilidades úteis para a vida. Uma escola sociointeracionista busca reduzir o aprendizado por memorização e repetição. A criança é incentivada a construir seu conhecimento com análises, hipóteses e pela interação com o ambiente ao redor.
Como funciona na prática?
Similar ao construtivismo, com ênfase na dimensão sociocultural do estudante. Dá muita importância ao contexto em que se aprende. Foco em atividades de grupo, na linguagem e no relacionamento interpessoal.
O sociointeracionismo trabalha em sala de aula valores como o respeito pela bagagem histórica do aluno, além de incentivar a criança a se manifestar, a participar e a ser ativa no seu meio social. Por isso os ambientes da escola são pensados para despertar a curiosidade e favorecer a autonomia, com salas temáticas para artes, música e biblioteca.
O professor é a pessoa que conduz as crianças ao aprendizado, além de incentivar a curiosidade e a vontade de aprender de seus alunos. Quando a escola segue a proposta sociointeracionista, os estudantes adquirem o conhecimento ao identificar, brincar, fazer analogias, negociar e decodificar significados. As descobertas que acontecem em grupo, no trabalho em equipe, são muito valorizadas na construção do aprendizado.
Metodologia Montessori
Criado pela italiana Maria Montessori, o método propõe que a criança dite o ritmo do próprio aprendizado, seguindo de acordo com suas fases de desenvolvimento neurológico e social.
A ideia é que ela aprenda por meio de experiências sensoriais e tenha sua autonomia estimulada. Tudo isso por meio de habilidades cotidianas da vida como cozinhar, cuidar da natureza e arrumar os próprios brinquedos.
Por ter uma filosofia focada na liberdade e na autonomia da criança, a educação Montessori é geralmente associada à educação integral, visando a formação em todos os aspectos: físico, emocional, intelectual, social e cultural. Outro ponto fundamental é o deslocamento do enfoque educacional do conteúdo para a forma do pensamento.
Como funciona na prática?
As turmas são divididas em faixa etária de três em três anos. Assim, o ambiente de estudo conta com crianças mais velhas e mais novas juntas. Essa divisão possibilita que diferentes idades trabalhem em conjunto sem a interferência do professor, que apenas observa e orienta. Isso permite a troca de conhecimento na prática, com uma criança ensinando a outra.
O mobiliário das salas é acessível aos pequenos, com estantes abertas e tudo na altura deles. Os brinquedos, em sua maioria de madeira, são dispostos de maneira organizada, assim como os materiais escolares. Os livros didáticos podem ser variados, formando uma biblioteca disponível com os temas trabalhados para cada etapa do desenvolvimento.
Uma das principais características da educação montessoriana é enxergar a criança como um indivíduo que precisa de estímulos para o seu desenvolvimento global. Dessa forma, os professores atuam mais como observadores, sempre analisando o desempenho da criança, intervindo somente quando necessário e preparando o terreno para as atividades.
Metodologia Waldorf
Criada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, a pedagogia Waldorf é bem influenciada pelas ciências sociais. Seus princípios se fundamentam, por exemplo, nos ideais da Revolução Francesa: liberdade (de pensar), igualdade (de deveres e direitos) e fraternidade (respeito mútuo).
Além do desenvolvimento intelectual, busca fortalecer a criança emocionalmente e olhar individualmente para cada estudante. Trata-se de uma pedagogia onde o aprendizado acontece no brincar livre, que valoriza muito a integração com a natureza e a imaginação.
A formação na abordagem Waldorf inclui o ensino das matérias obrigatórias do currículo nacional como matemática, história, geografia e língua portuguesa. Ao mesmo tempo, valoriza muito conteúdos interdisciplinares que explorem a criatividade dos alunos. Atividades como música, dança, teatro e artesanato são altamente incentivadas, sempre trabalhando o aprendizado de maneira lúdica e criativa.
Como funciona na prática?
Nas escolas Waldorf o contato com a natureza é intenso. Os alunos aprendem cedo a desenvolver uma boa relação com os alimentos, participando desde a colheita em hortas ao preparo em si.
As artes e a consciência corporal também estão muito presentes, assim como o uso de materiais naturais nas brincadeiras, como tintas com pigmento natural e giz com cera de abelha. Além disso, as salas de aula não seguem o formato tradicional com lousa ou cadeiras enfileiradas.
O professor costuma ficar por anos com a mesma turma, pois a ideia é que o vínculo e o conhecimento ajudem na experiência do aprendizado. O método de ensino é individualizado e as atividades escolares são personalizadas, permitindo que os pequenos levem tarefas escolares para casa de acordo com suas capacidades e interesses.
Especialmente na educação infantil, o acesso à tecnologia é bastante limitado, permitindo que a criança tenha liberdade para criar e experimentar, em vez de receber conteúdo pronto. Sem computadores e aparelhos eletrônicos, todos são incentivados a usar brinquedos naturais e pedagógicos, como carros de madeira e bonecos de pano.
Diferente da metodologia tradicional, as escolas que utilizam o método Waldorf não testam o conhecimento do estudante por meio de provas, portanto, não há boletim. Os professores fazem um acompanhamento diário do aproveitamento e comportamento das crianças.
Como escolher a melhor metodologia?
Todas as metodologias são caminhos para o aprendizado da criança. Por isso é fundamental que os responsáveis entendam as necessidades e o comportamento do filho. De que forma ele aprende? Ele é extrovertido ou introvertido? A observação é importante antes e depois da escolha da escola, para verificar como a adaptação acontece na prática.
Dedicar tempo para visitar as escolas é uma parte essencial no processo de definição da metodologia. É necessário avaliar se a filosofia e as práticas dentro da sala de aula estão afinadas com o que os responsáveis acreditam, evitando assim o surgimento de conflitos entre a escola e os valores de cada família.
A expectativa de todos precisa estar devidamente alinhada. Por exemplo, se uma escola é escolhida porque estimula a criança a saber questionar e argumentar, os pais devem se perguntar se estão preparados para dialogar e escutar. Não faz sentido colocar o filho em uma metodologia com esse tipo de proposta e em casa a família não se conectar com a mesma lógica no cotidiano.
O processo de avaliação também faz muita diferença. A ênfase maior ou menor em provas se conecta com diretrizes do que os alunos devem aprender em cada ano. Os pais precisam compreender bem os critérios utilizados pela escola para indicar o desenvolvimento das crianças. Se os responsáveis fazem questão de notas e testes periódicos, ou se buscam desde cedo uma preparação para um futuro vestibular, é importante selecionar uma escola que ofereça esse caminho.
Levando em conta que nem sempre o que funciona para um aluno vai funcionar para todos, a escolha da melhor metodologia é uma questão relativa: melhor para quem? A resposta começa na visão que você, como responsável, tem da educação que deseja para os seus filhos.
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