O investimento em tecnologia na escola como benefícios ao aprendizado

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Por muito tempo, a tecnologia na escola foi abordada como uma vilã do aprendizado. A primeira grande proibição de eletrônicos portáteis ocorreu nos anos 90, com os Tamagochi — ou bichinhos virtuais —, mas se estendeu, ao longo das décadas seguintes, aos tocadores de música e smartphones.

No entanto, nos últimos anos, uma nova tendência surgiu — a de utilizar a tecnologia no ensino. Desta vez, porém, como forte aliada do conhecimento. Essa estratégia surgiu a partir da necessidade de engajar alunos extremamente familiarizados com a tecnologia, tornando o ensino mais interessante a todos.

Mas, afinal, como é feito esse engajamento? Quais são as características do uso da tecnologia na educação? Essa é uma estratégia realmente segura? Como ela é implementada? A seguir, discutiremos esses e outros temas relacionados ao assunto, para que você o compreenda de uma vez por todas. Boa leitura!

Qual é a história do uso da tecnologia na educação?

Como vimos no início de nossa conversa, a relação do ambiente escolar com a tecnologia mudou muito com o passar dos anos. O que antes era visto como algo negativo, gradativamente, tornou-se essencial no dia a dia dos estudantes.

De fato, a vida escolar não é mais como era. O ano de 2020 — marcado pelo isolamento social devido à pandemia de Covid-19 — veio para nos mostrar exatamente isso: que a tecnologia não deve ser encarada como algo a ser superado, mas como uma ferramenta importante para a inclusão e promoção da educação.

Sendo assim, o uso da tecnologia na educação veio para revolucionar a vida escolar, tornando-a mais democrática, prática e, claro, interessante para a geração Z, dos chamados “nativos digitais”.

Quais são as características da geração Z?

Já que estamos falando sobre a geração Z, que tal abordarmos esse tema de maneira um pouco mais aprofundada? Afinal, é fundamental compreender os nativos desta era para, assim, atender melhor às suas demandas.

A geração Z engloba os nascidos entre os anos de 1995 e 2010. Eles são os sucessores dos millennials e têm as suas características próprias. Dentre elas, podemos citar:

• são muito realistas;
• se comunicam com facilidade;
• têm um grande apego à própria identidade;
• se conhecem melhor;
• são antenados nos acontecimentos do mundo desde muito jovens;
• e, principalmente, cresceram em meio à revolução tecnológica e têm facilidade com esse universo.

Os nativos digitais são, desde pequenos, bombardeados pelos estímulos tecnológicos. São aquelas crianças que, praticamente, cresceram com um smartphone em mãos, sabem tudo sobre jogos online e consoles e são fortemente influenciadas pela cultura youtuber. Além disso, estão frequentemente conectadas às redes sociais e se expressam por meio delas.

Por que investir em tecnologia na escola?

Agora, veremos brevemente algumas das razões pelas quais investir em tecnologia nas escolas é algo extremamente benéfico para todos. Confira:

Maior engajamento

Por terem crescido em meio à tecnologia, é comum que os estudantes da geração Z não se sintam à vontade com o ensino demasiadamente tradicional. Sendo assim, desinteresse, tédio e problemas no rendimento são consequências comuns. Com o uso de ferramentas tecnológicas, isso é revertido em interesse e produtividade.

Promoção de diferenciais

O uso da tecnologia promove uma série de diferenciais que não são obtidos por meio do ensino tradicional. O aluno se sente muito mais à vontade com o uso prático da tecnologia e expande seus horizontes para além daquilo a que ele está acostumado.

Desenvolvimento de habilidades

O mercado de trabalho atual não busca apenas qualificações — ainda que elas sigam como aspectos fundamentais de um bom currículo. Ele também está preocupado em contratar pessoas com boas competências socioemocionais e que estejam dispostas a se adaptar e a aprender.

Letramento digital

O letramento digital pode ser lido como uma “alfabetização tecnológica”. Esse aspecto é muito importante para o dia a dia das pessoas que vivem no século XXI. Seguindo o paralelo com a aquisição de idiomas: apesar de falarmos português de forma “instintiva”, precisamos dominar aspectos como a gramática e estudá-los frequentemente, certo?

Segurança na internet

A segurança na internet é outro ponto crucial trabalhado com a implementação da tecnologia na escola. Manter os jovens seguros em um ambiente repleto de armadilhas, como a exposição de imagem e o bullying, é uma das prioridades da instituição de ensino que utiliza metodologias tecnológicas.

Incentivo à leitura

O hábito de ler é extremamente benéfico e promove habilidades como a empatia, a memorização e a melhora na linguagem. No entanto, saber como incentivar a leitura nos dias atuais é um desafio para pais e educadores. Felizmente, esse é outro aspecto que pode ser trabalhado com a ajuda da tecnologia no ambiente escolar.

Ensino simultâneo

Em uma aula de matemática, por exemplo, é difícil abordar conceitos de ciências. No entanto, cada vez mais, os vestibulares utilizam questões interdisciplinares em seus cadernos. Esse é outro benefício da tecnologia na escola, que permite o ensino simultâneo de vários conceitos e disciplinas.

Respeito às diferenças

Pessoas diferentes têm tipos de aprendizagem e inteligência diferentes. É difícil acolher tanta variedade em uma sala de aula “engessada”. Sendo assim, a tecnologia vem para permitir que os estudantes possam seguir o próprio ritmo e aprender com as estratégias que mais funcionam para si.

Estreitamento de laços entre alunos e professores

Por muito tempo, os professores foram vistos como inatingíveis na sala de aula. Com o uso da tecnologia, essas barreiras foram derrubadas, e a relação entre as partes se tornou muito mais dinâmica, próxima e amigável.

Diálogo mais direto entre a escola e a família

Por fim, a tecnologia na escola não é algo utilizado apenas na sala de aula. Outro de seus benefícios para a educação está na facilitação do diálogo entre a família e a instituição, permitindo um acompanhamento quase em tempo real da vida escolar de seus filhos.

Como é a relação entre nativos digitais e professores?

O relacionamento entre professores e estudantes mudou muito com o passar do tempo. Afinal, há apenas algumas décadas, o uso de palmatórias e outras ferramentas completamente inadequadas era normalizado em nossa sociedade.

A palavra-chave nos dias de hoje, porém, é diálogo. Por isso, o mestre passa, em meio às novas metodologias, a ocupar um papel não mais de superioridade, mas de parceria. Essa é uma tendência nova e que altera completamente a hierarquia na sala de aula ao colocar o docente como um guia do aprendizado.

Assim, a participação dos professores em meio ao uso da tecnologia nas escolas deve ser caminhando lado ao lado com seus pupilos e ajudando-os na construção do conhecimento. O conceito de “mentor” é algo muito mais adequado aos dias atuais e pode, de certa forma, ajudar a traduzir essa nova realidade.

O que é a educação 3.0?

Com o papel do novo professor em mente, podemos prosseguir em nossa conversa, agora abordando um novo tema: a educação 3.0. Antes de falarmos sobre ela, no entanto, precisamos discutir brevemente o que eram as versões anteriores do sistema educacional.

A educação 1.0 diz respeito ao ensino altamente excludente do começo de nossa sociedade. Nele, apenas pessoas da alta nobreza ou abastadas financeiramente tinham acesso à educação. A educação 2.0, por sua vez, surgiu após a Revolução Industrial e tinha como modelo as salas de aula às quais estamos acostumados.

A educação 3.0 veio para mudar todo esse sistema. Ela é pautada no uso de diversas estratégias que modificam o cenário da classe e, também, o papel do corpo docente, fazendo com que os estudantes tenham o protagonismo e possibilitando uma inclusão muito maior de grupos antes marginalizados no ensino.

Como implementar a tecnologia na educação?

Agora que já sabemos mais sobre o perfil da geração Z e os benefícios do uso da tecnologia na escola, chegou a hora de descobrirmos algumas maneiras de usar as ferramentas tecnológicas na sala de aula. Confira a seguir.

Metodologias ativas

A implementação de metodologias ativas é um dos principais meios de trazer a tecnologia para o dia a dia da escola. A leitura de materiais sobre o assunto é muito válida para que você possa compreendê-lo de verdade!

Aulas de informática

Um dos métodos mais antigos de implementação da tecnologia no ensino, as aulas de informática seguem sendo de extrema importância para a implementação do letramento digital e a real familiarização dos jovens com os conceitos estudados.

Publicação e edição de vídeos

Em meio a uma cultura fortemente influenciada pelos youtubers, a publicação e edição de vídeos é uma maneira didática e divertida de abordar muitos conceitos. Elas podem, por exemplo, substituir a apresentação de seminários, além de várias outras estratégias.

Gamificação

A gamificação é, literalmente, o uso de jogos para educar. Pode parecer estranho, mas há muitas maneiras de aprender com os jogos de videogame, computador ou smartphone. Falaremos mais sobre esse conceito um pouco adiante!

Contato com outras culturas

O uso da internet é uma maneira incrível de fazer com que os alunos entrem em contato com culturas diversas, seja por meio de pesquisas ou pela conversa direta com estudantes de outras nações, regiões do país ou, mesmo, origem e classe social. Essa é, também, uma forma bacana de promover o ensino de novos idiomas.

Uso das redes sociais

As redes sociais também servem para a educação. A escola pode, por exemplo, ter uma página dedicada à publicação de conteúdos educacionais e ao diálogo direto com pais e estudantes.

Pesquisas online

A realização de pesquisas também é uma forma de implementar a tecnologia no dia a dia educacional. Além disso, é uma maneira interessante de, desde já, educar os estudantes sobre questões como plágio e direitos autorais.

Aulas a distância

Para fechar, podemos citar as aulas a distância, conceito muito utilizado em todo o mundo e que se tornou indispensável no contexto histórico da pandemia de 2020. Atualmente, os diplomas universitários EAD também estão em alta, mostrando que a tendência de educação tecnológica vai muito além do ciclo básico de ensino.

Como funciona a gamificação na educação?

Como vimos, há uma série de estratégias interessantíssimas que podem fazer parte do dia a dia da educação 3.0, não é mesmo? E o melhor: tudo isso sem gerar qualquer estranhamento aos estudantes, que estarão navegando em águas conhecidas.

Em meio a isso, damos um destaque especial à gamificação, já que essa é uma estratégia muito versátil, que pode, inclusive, ser incentivada no ambiente familiar. Afinal, os jogos estão por todas as partes, à distância de apenas alguns cliques.

A gamificação também está muito presente no uso de aplicativos de smartphone ou tablets. Sendo assim, o seu uso pode ser incentivado no lar como uma extensão às tarefas de casa, promovendo uma maneira muito mais divertida de aprender.

Qual é a importância do envolvimento da família?

A participação da família na vida escolar das crianças e adolescentes é algo que não pode deixar de ser mencionado. Afinal, ela é um dos pilares que promovem segurança e conforto para os estudantes. Por isso, o dia a dia no lar deve seguir os valores da instituição escolar (e vice-versa!).

Essa demanda também é válida, evidentemente, para o uso da tecnologia. No entanto, mantenha a calma: isso não quer dizer que você precise virar um expert em computadores, celulares, softwares e outros conceitos que podem parecer um tanto quanto estranhos para quem não faz parte da geração Z.

A questão é que o incentivo deve ocorrer diariamente no ambiente do lar, e o diálogo com a escola, para saber exatamente como tornar isso possível, é imprescindível.

Como é a educação do futuro?

Pais e educadores devem caminhar juntos em busca da adaptação ao que é chamado de educação do futuro. Esse conceito é relativamente recente e abrange o uso da tecnologia e de outros pontos fundamentais, como o ensino bilíngue e a implementação frequente de atividades extracurriculares no ambiente escolar.

Além disso, diz respeito à participação mais ativa de pais e responsáveis na educação — não apenas cobrando resultados, mas demonstrando apoio e tornando a relação mais humanizada para todos.

Em síntese, portanto, a educação do futuro é uma revolução no modo como ensinamos, incentivamos e aprendemos. Ela busca edificar um sistema educacional mais inclusivo e que permita que todos os estudantes se preparem para o mercado de trabalho e a vida, atingindo o seu máximo potencial em todos os âmbitos.

Como pudemos observar, em poucas décadas, a tecnologia na escola passou de vilã a uma fortíssima aliada. Hoje, tendências educacionais de todo o planeta utilizam metodologias que fazem uso direto das estratégias do tipo com vistas ao engajamento dos alunos e ao alcance de todo o seu potencial no aprendizado.

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