O que você precisa saber para evitar o esgotamento emocional dos filhos
Educação Socioemocional23 de março de 2021
Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 12 de março de 2021.
Sintomas como cansaço e desânimo são incômodos porque prejudicam desde a realização de tarefas simples até o desfrute de momentos especiais. Engana-se quem acha que eles estão limitados à rotina dos adultos. Crianças e adolescentes também podem senti-los ao desenvolver um quadro de esgotamento emocional.
A condição tem várias causas e resulta, muitas vezes, do excesso de compromissos. Conhecida como Síndrome de Burnout, essa alteração no modo de perceber as coisas demanda atenção para que não reduza a qualidade de vida de quem sofre com o problema.
Se você desconfia que seu filho está passando por isso, vale a pena investigar mais de perto e procurar ajuda quanto antes. Aproveite as informações do artigo e saiba o que fazer!
O que é esgotamento emocional?
A Síndrome de Burnout se caracteriza como um distúrbio psíquico que reduz o ânimo e o nível de interesse por inúmeras atividades. Pode acometer grupos de todas as idades, independentemente da região em que vivem ou da classe social a qual pertencem.
O esgotamento funciona como um estado de estresse prolongado. Nessas condições, a pessoa sente exaustão constante e tende a ficar tensa para lidar com diferentes aspectos do cotidiano. É normal que simples desafios passem a ser encarados como obstáculos enormes ou impossíveis de resolver.
Pode ocorrer em várias fases da vida
Entre os adultos, o problema geralmente surge após uma jornada intensa de trabalho ou durante o enfrentamento de períodos difíceis, como perda de emprego, tratamento de doenças ou conflitos com terceiros. Até as fases que envolvem novos aprendizados favorecem o desgaste emocional.
No mundo moderno, esse cenário turbulento também é uma dificuldade dos adolescentes e até das crianças pequenas. Como encaram rotinas compostas por um número cada vez maior de atividades educativas e recreativas, eles podem experimentar vários desconfortos típicos da vida adulta.
Cabe destacar que o esgotamento emocional difere do físico por estar ligado ao nível psicológico. Ou seja, sua origem está em uma mente preocupada e extremamente ativa, que não consegue descansar e recuperar as energias com uma boa noite de sono — o que é possível quando apenas o corpo está fadigado.
Quais são as possíveis causas?
Não há uma única razão para alguém sofrer da Síndrome de Burnout. Cada pessoa tem sua própria rotina e reage de maneira distinta a situações que considera complicadas. Também é importante lembrar que os fatores de estresse costumam vir de muitas áreas da vida, seja no âmbito pessoal ou profissional.
Para os pequenos, qualquer alteração na rotina ou evento significativo pode causar sintomas de esgotamento emocional. Lidar com o divórcio dos pais, se despedir de um ente querido, pensar na possibilidade de mudança de escola e morar em uma cidade completamente desconhecida são alguns exemplos.
Em situações como essas, a criança ou o adolescente fica exposto a uma carga intensa de sentimentos, muitos deles negativos. Quando sensações de medo, tristeza ou ansiedade permanecem por tempo prolongado, é possível que o indivíduo fique sempre transitando no limite das suas emoções.
Excesso de estímulos é prejudicial
Sentir muito é normal tanto em instantes de alegria quanto em momentos de frustração, contanto que a experimentação de altas doses dessas emoções seja passageira. Afinal de contas, o organismo e a mente humana são capazes de suportar determinada quantia diária de flutuações.
É a sobrecarga de sensações que traz problemas. Ficar sob um estado de tensão sem pausas pode alterar o funcionamento do cérebro. O estresse mental constante libera altos níveis de hormônios, como a adrenalina e o cortisol, provocando instabilidade em todo o organismo.
Por isso, o esgotamento emocional tende a ser muito desconfortável e gerar a percepção de desequilíbrio. Não é à toa que crianças que sofrem do problema têm dificuldade para administrar as próprias emoções. Muitas reagem de modo impensado e ficam confusas quando confrontadas com perguntas.
Quais sinais costumam aparecer?
A Síndrome de Burnout tem gatilhos diferentes para cada pessoa, o que faz com que os sinais do distúrbio variem bastante. Entre os adultos, por exemplo, são comuns os efeitos de memória fraca, pensamentos negativos e aparecimento de dores pelo corpo, como cabeça, estômago e costas.
Em relação às crianças e adolescentes, o quadro muda um pouco, já que as preocupações e receios têm mais relação com o ambiente familiar e o local onde estudam. De todo modo, é preciso atenção aos sintomas para evitar o agravamento e maiores impactos à saúde dos pequenos.
Choro frequente
É normal associarmos alegria ao universo infantil, visto que as crianças costumam se empolgar com todo tipo de novidade. A animação é tão comum na rotina dos pequenos que muitos pais logo percebem qualquer sinal de mudança.
Em dias marcados pelo esgotamento, seu filho poderá estar mais sensível a todo tipo de estímulo e chegar a chorar sem grandes motivos. Adolescentes tendem a disfarçar a tristeza, mas é fácil identificar a vontade de soltar lágrimas na véspera de provas, no momento de começar uma nova atividade e até na hora de dormir.
Isolamento social
O distanciamento é uma estratégia utilizada por pessoas que não desejam enfrentar conflitos ou questionar atitudes de terceiros. Para o público infantil, esse comportamento protege a zona de conforto e evita o gasto energético para lidar com possíveis frustrações.
Um filho que não quer mais interagir com os demais pode estar sofrendo de esgotamento emocional. É provável que também tenha dificuldade em fazer amigos e comece a dar todo tipo de desculpa para não participar de festas, frequentar lugares que gostava ou visitar pessoas.
Queixas constantes
Há algo errado quando a positividade tão natural dos pequenos passa a dar lugar para atitudes impacientes e reclamações. Nesses casos, tanto a prática de hobbies quanto as tarefas domésticas conseguem deixar a criança irritada.
Os adolescentes esgotados tendem a se fechar e a agir com indiferença, queixando-se quando os pais ou demais familiares demonstram preocupação com suas atitudes. Para eles, é como se tudo tivesse uma carga pesada e negativa.
Desinteresse geral
Quem nunca se inspirou com a energia dos filhos que, ao chegarem em casa, largam tudo para contar como foi o dia e o que fizeram? Ou achou engraçado o fato de valorizarem um rápido passeio para tomar sorvete, como se fosse a ocasião mais especial de suas vidas?
É claro que as crianças e adolescentes nem sempre estarão com energia para topar programas de última hora. Porém, se convites como esses forem negados seguidamente, vale a pena investigar as causas. O desinteresse passa a ser geral quando há esgotamento.
Queda de rendimento
A falta de motivação abre espaço para a teimosia no momento de cumprir tarefas diversas. Assim, se o seu filho não tem mais tanta curiosidade em aprender e nem faz questão de ter bons resultados nos estudos, acenda a luz de alerta.
A redução no desempenho pode prejudicar todos os aprendizados obtidos até o momento. Sem motivação suficiente, será difícil manter a produtividade lá em cima. Procure intervir quanto antes para evitar queda no rendimento.
Quando é preciso se preocupar?
Pais que se esforçam para estar presentes na vida de seus filhos colaboram para um bom desenvolvimento emocional infantil. Participar ativamente da rotina dos pequenos também permite observar mudanças de comportamento e agir no tempo certo.
Se você desconfia que seu filho está com esgotamento emocional, redobre a atenção e comece a anotar possíveis sinais de problema. Lembre-se de que apenas profissionais da saúde têm condições de diagnosticar a Síndrome de Burnout, que pode até ser confundida com a depressão infantil.
O ideal, portanto, é reservar um período para registrar alterações no modo como as crianças ou adolescentes executam suas tarefas. Depois, com um bom volume de dados em mãos, você deverá consultar um especialista para analisar o quadro.
Mudança permanente é um bom indicativo
O esgotamento ocorre quando o estado de estresse — acompanhado de outras emoções negativas — permanece por dias, semanas ou até meses. Nessa situação, você verá que a mudança de comportamento ganhou a característica de permanência.
Portanto, compensa intervir quando os sintomas se tornarem contínuos na rotina do seu filho. Só tome cuidado para não confundir o problema com frustrações eventuais, pois muitos desses “desencantos com a vida” fazem parte do desenvolvimento infantil.
Por outro lado: percebeu que a falta de interesse começou a comprometer a relação com os familiares e demais pessoas do círculo social? Isso também fez com que o rendimento nas atividades e o prazer em experimentar coisas ficasse comprometido? Então, fique de olho e procure ajuda!
Como lidar com o esgotamento emocional?
Felizmente, é possível recuperar o entusiasmo que seu filho tinha antes de desenvolver a Síndrome de Burnout. As dicas listadas abaixo funcionam para pessoas de todas as idades, por isso, podem ser ótimas aliadas no controle ou na eliminação dos sintomas.
Oferecer apoio
Todo mundo se sente mais seguro e amparado na companhia de quem ama. Logo, uma boa relação entre pais e filhos passa a ser valiosa no combate ao esgotamento. Além de favorecer a criação de laços, essa proximidade ajuda famílias a identificar e tratar problemas com antecedência.
No dia a dia, crie situações agradáveis para conversar com as crianças e adolescentes. Demonstre cuidado e peça que expressem seus sentimentos, a fim de tornar isso um hábito. Com o tempo, será mais fácil trocar percepções e angústias para que todos se ajudem.
Marcar uma consulta
O atendimento profissional também é importante para um diagnóstico preciso. Quando há suspeita de esgotamento emocional, você pode procurar alguém especializado em saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.
As consultas antecedem sessões clínicas para que os profissionais verifiquem a intensidade e o número de sintomas. Dessa forma, elas conseguem entender quão incapacitante é a condição e quais estratégias devem ser tomadas.
Planejar atividades prazerosas
Brincadeiras e interações com os animais são bons exemplos de práticas que liberam endorfina. Conhecido como o hormônio da felicidade, proporciona sensação de bem-estar durante e após as atividades. Você pode usar os momentos de lazer como aliados no cuidado com seu filho.
Planeje, sempre que a rotina permitir, horários exclusivos para curtir com as crianças e adolescentes. Proponha esportes e exercícios físicos favoritos deles, estabelecendo desafios e recompensas que incentivem a prática constante.
Trabalhar a autoestima
Reconhecer as qualidades e defeitos individuais é essencial para lidar com os percalços da vida sem neuras. Ensine isso ao seu filho desde cedo, mostrando que errar é humano e que toda falha pode ser oportunidade para bons aprendizados.
Ao mesmo tempo, relembre quão importante é confiar na própria capacidade e evitar comparações com outras pessoas. Afinal, todos têm suas rotinas e fatores que determinam os caminhos a serem seguidos na vida. Essas reflexões fortalecem a autoestima dos pequenos, fazendo com que lidem melhor com críticas e expectativas não atendidas.
O que fazer para evitá-lo?
Ainda que não exista uma receita para isso, é possível reduzir as chances de o seu filho sofrer com o esgotamento emocional. O papel dos pais ou responsáveis é crucial nesse trabalho e deve começar ainda no ambiente doméstico.
Criar hábitos saudáveis
Sono adequado, alimentação variada e prática de exercícios físicos é uma excelente combinação para a boa saúde física e mental. Também é um conjunto de práticas necessárias em todas as etapas do desenvolvimento emocional infantil.
Hábitos saudáveis mantêm o sistema imunológico fortalecido, o que garante energia para encarar os dias com mais disposição. Crianças e adolescentes com uma rotina que prioriza esses cuidados tendem a crescer fortes e menos propensos a desenvolver distúrbios.
Equilibrar os afazeres
Uma agenda repleta de compromissos nem sempre é sinônimo de eficiência. Ainda assim, algumas crianças crescem com a obrigação de cumprir uma série de atividades em casa, na escola e outros espaços de convívio. Não demora muito para que comecem a priorizar certas coisas em detrimento de outras.
O segredo para evitar desgaste é equilibrar bem os afazeres. Cabe aos pais avaliar o que é importante e definir horários adequados para cada tarefa, sem sobrecarregar os pequenos. Ao conciliar rotinas distintas, devem planejar pausas suficientes para o descanso do corpo e da mente.
Agora você está por dentro dos principais sinais de esgotamento emocional e sabe o que fazer se eles surgirem. Tenha em mente o poder do amparo familiar nessas horas, sempre buscando criar um ambiente acolhedor para ouvir as crianças e os adolescentes.
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