Redação Guia do Futuro
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 17 de novembro de 2020.
Entenda o que é bullying, como ele ocorre e a melhor maneira de proteger os seus filhos
Bullying vem do termo inglês “bully”, que significa valentão, ou seja, alguém que busca intimidar pessoas vistas como vulneráveis. Apesar de o bullying ser hoje um tema bastante discutido, o problema sempre existiu. No entanto, foi com o advento da internet e o uso massivo dos dispositivos eletrônicos que o fenômeno passou a ser mais noticiado.
Isso porque as graves consequências das “brincadeiras” ofensivas e ameaças entre crianças e adolescentes vêm alertando tanto as famílias quanto os profissionais da educação sobre a urgência de tratar o assunto com seriedade.
De acordo com uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), 43% das crianças e jovens brasileiros sofreu algum tipo de bullying, média bem semelhante aos demais países da América do Sul.
Essa realidade levou o governo brasileiro a criar a Lei Antibullying, com o objetivo de responsabilizar as escolas pela implementação de medidas de combate ao bullying e ações que visam promover a cultura de paz.
Ao mesmo tempo em que as instituições de ensino devem ter um papel ativo, a família também precisa estar atenta aos sinais. Por isso, o post de hoje ajuda você a entender mais sobre o assunto, apresenta os diferentes tipos de bullying e o que fazer caso precise lidar com a questão. Boa leitura!
O que é bullying?
O bullying é um fenômeno que se dá de diferentes formas, caracterizando-se pela violência, exclusão, intimidação, ameaça ou provocação de forma repetitiva. Ainda, as agressões podem ser direcionadas a um ou mais alunos, partindo de um único colega ou de um grupo.
Deve haver um cuidado para que brigas ou discussões pontuais não sejam classificadas como bullying, pois são conflitos diferentes. Uma discussão entre um aluno e um professor, por exemplo, não pode ser considerada bullying, pois não é uma agressão que acontece entre pares.
Além disso, o bullying apresenta outras características:
- Clara intenção do autor em agredir o alvo;
- Agressão repetitiva;
- Presença de expectadores;
- Alvo não reage às ofensas.
Apesar de poder acontecer em outros contextos sociais, a escola costuma ser um ambiente onde o problema aparece com mais frequência. É preciso ter cuidado para que o bullying não seja encarado como uma “brincadeira de mau gosto”, pois as consequências podem levar ao isolamento social e afetar o rendimento escolar da vítima.
Em alguns casos, quando as agressões não são contidas logo no início, o bullying chega a afetar a saúde física e emocional de crianças e jovens. Portanto, é fundamental que tanto a escola quanto os pais estejam atentos aos sinais. Para isso, conhecer os principais tipos de bullying é o primeiro passo.
Bullying verbal
O bullying verbal consiste em apelidos, xingamentos, ameaças e intimação com palavras desrespeitosas, com o objetivo de ofender o alvo. Geralmente, os comentários feitos dizem respeito à etnia, aparência, religião, orientação sexual, deficiências, etc.
Bullying físico
Por conta dos atos serem mais explícitos, o bullying físico é um dos mais fáceis de identificar. As agressões acontecem na forma de chutes, socos, empurrões e atos humilhantes.
Bullying relacional
O bullying relacional acontece por meio de atitudes de exclusão deliberada. A criança ou adolescente alvo pode ser tratado como invisível pelos colegas ou claramente intimidado para que não participe de eventos sociais, jogos e atividades em grupo.
Cyberbullying
No espaço virtual, o bullying pode ser ainda mais perverso. Mentiras, mensagens preconceituosas, ameaças e fotos comprometedoras enviadas por meio das redes sociais e outros meios digitais deixam as vítimas acuadas. Isso porque não há como impedir que um conteúdo seja espalhado na internet e, muitas vezes, é difícil saber quem é o agressor.
Autor e alvo: existe um perfil?
O autor costuma encontrar na prática do bullying um meio de se sentir mais poderoso e popular frente aos colegas. Por isso, escolhe um alvo para lançar palavras depreciativas, humilhantes e intimidadoras, quando não agressões físicas.
Do outro lado está o alvo, geralmente uma criança ou um adolescente mais retraído, com problemas de autoestima e falta de confiança para reagir às provocações. Estudantes que acabaram de entrar na escola, ou que tenham características físicas fora do padrão, também costumam ser alvo fácil.
Diante disso, é fundamental que os alunos saibam identificar o bullying e peçam ajuda para que as agressões parem. Mais do que isso, vale apontar que o autor e o alvo da agressão não são os únicos envolvidos, pois quem presencia a situação também faz parte.
Quando um espectador incentiva, se diverte com a agressão, ou simplesmente não defende a vítima, ele também é responsável pela continuidade do bullying. Isso geralmente se deve ao fato da situação ser vista com naturalidade dentro do ambiente escolar.
Veja quais são as 8 consequências mais comuns do bullying
Uma das melhores maneiras de evitar que o problema se torne mais grave é observar o comportamento do seu filho em casa. Veja a seguir quais são algumas das principais consequências do bullying:
1. Problemas de autoestima
Crianças e adolescentes alvos de bullying costumam ter uma baixa autoestima. As agressões frequentes fazem com que eles não se sintam bonitos, inteligentes ou capazes de lutar contra o problema.
Dessa forma, é importante que os pais estejam atentos aos sinais de falta de autoconfiança. Ainda que o bullying pare de acontecer, questões de autoestima mal resolvidas na infância e na juventude podem afetar outras áreas da vida do seu filho.
2. Machucados frequentes
As crianças costumam ser bastante ativas, correr de um lado para o outro, o que, de vez em quando, leva a algumas quedas, arranhões ou um joelho machucado. Porém, se o seu filho volta para casa frequentemente com algum ferimento, não deixe de perguntar o motivo.
Caso a explicação não seja convincente o suficiente, fique atento a outros sinais, como danos ao material escolar ou uniforme. Afinal, eles podem ajudar você a identificar indícios de bullying.
3. Doenças psicossintomáticas
Dores de barriga, de cabeça, tremores, falta de ar e náuseas constantes indicam que algo não está bem com a saúde de uma pessoa. Se o seu filho apresentar esses problemas com frequência, leve-o ao médico para verificar se está tudo bem.
Afinal, esses sintomas físicos também são apresentados por quem está sofrendo profundamente com o bullying. Ou seja, quando nenhuma causa fisiológica é identificada, as condições médicas podem ser decorrentes de desequilíbrio emocional.
4. Isolamento social
As vítimas de bullying também tendem a se isolar das demais crianças e jovens. Por isso, redobre a atenção caso o seu filho esteja evitando sair de casa, participar das atividades extracurriculares ou brincar com os colegas de quem sempre gostou.
Além disso, por se sentir mais seguros perto dos adultos, os alvos escolhem ficar próximos dos professores ou dos pais, para se proteger da implicância dos agressores.
5. Tristeza sem motivo aparente
Em períodos de adaptação, como mudança de escola, de cidade ou perda de alguém da família, é normal a criança ou jovem ficar triste ou chorar com frequência. Entretanto, a ausência de um motivo aparente é um indicador de que algo está acontecendo.
Portanto, se a tristeza e o choro se tornarem frequentes na vida do seu filho, mesmo quando não houve nenhuma mudança significativa na rotina, vale a pena investigar os possíveis motivos.
6. Transtornos emocionais
Os transtornos emocionais estão entre as consequências mais graves do bullying. Embora problemas como ansiedade e depressão tenham diversas causas, as agressões frequentes podem ser grandes responsáveis por tais distúrbios.
Uma pesquisa feita pela King’s College London mostrou que, além disso, o bullying pode causar mudanças nos cérebros dos adolescentes, aumentando as chances de desenvolver doenças mentais.
7. Estresse
O bullying faz com que o nível de estresse das vítimas aumente drasticamente, sobretudo quando elas não conseguem contar sobre as agressões e guardam uma carga pesada de sentimentos negativos.
Com isso, é comum que a criança ou adolescente externalize esses sentimentos reprimidos, o que pode gerar episódios de descontrole emocional tanto para as crianças quanto para os responsáveis.
8. Queda no desempenho escolar
O desempenho escolar também é afetado pelo bullying. As vítimas costumam ficar mais distraídas durante as aulas, tirar notas mais baixas, demonstrar desinteresse e apresentar uma queda no desempenho geral.
Além disso, a falta de vontade de ir para a escola é mais um dos sinais de que a criança pode estar sendo vítima de agressões. Algumas desculpas para não ir às aulas podem ser decorrentes do medo de encontrar os agressores.
Como prevenir o bullying?
Para evitar que crianças e jovens sejam vítimas do bullying, é fundamental que medidas de prevenção sejam colocadas em prática. Em primeiro lugar, um ambiente familiar saudável e acolhedor faz toda a diferença, pois transmite ao seu filho uma sensação de confiança para quando ele precisar de ajuda.
Além disso, é importante que os pais fiquem atentos aos sinais de agressão, para evitar que a situação se agrave. Caso identifique qualquer uma das consequências listadas aqui, bem como mudanças de comportamento, tente conversar com o seu filho e demonstre todo o apoio e carinho de que ele precisa.
É claro que as instituições de ensino também exercem um papel crucial. Por isso, ao escolher uma escola para o seu filho, dê preferência àquelas que contam com práticas inclusivas, medidas de combate à violência e programas de conscientização.
O LIV – Laboratório Inteligência de Vida – é um ótimo exemplo de iniciativa de combate ao bullying nas escolas. Trata-se de um programa de educação socioemocional, que visa ajudar os estudantes a entrarem em contato com os próprios sentimentos e aprenderem o que fazer com eles.
Isso acontece por meio do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, vistas como necessárias para que crianças e jovens consigam compreender a si mesmos, o outro e o mundo ao seu redor. Durante as aulas, os alunos são convidados a refletir, debater e promover a empatia.
Saiba, ainda, que o programa não fica restrito apenas às questões emocionais. Ele também aborda as questões sociais da vida dos estudantes, uma vez que o bullying está relacionado a esses dois campos. Com base nisso, o LIV leva a prática de fala e escuta para o ambiente escolar, com o intuito de encontrar as origens do bullying e diminuir as consequências negativas.
Um dos temas trabalhados da Educação Infantil ao Ensino Médio, por exemplo, é o respeito às diferenças, que vai sendo adaptado conforme a idade dos alunos. O programa ainda propõe a elaboração de projetos colaborativos que exploram situações em que o bullying está presente, para entender o contexto e os envolvidos. Tudo isso com o propósito de conscientizar os estudantes e a comunidade escolar sobre a gravidade do problema.
Bullying é assunto sério
Diante do que foi apresentado aqui, fica claro que o bullying merece ser tratado com seriedade. Tanto que o governo, assim como as escolas, tem se esforçado para combater o problema de maneira proativa. Isso porque não basta apenas tratar as consequências. É preciso fazer um forte trabalho de prevenção, que é parte do desenvolvimento de crianças e jovens de todas as idades.
Trabalhar as competências socioemocionais, por exemplo, como fazem as escolas parceiras do LIV, é uma prática que não só previne a violência no ambiente escolar, mas, ao mesmo tempo, permite a formação integral dos alunos.
Você pode ajudar o seu filho a desenvolver tais competências no ambiente familiar, também. Isso pode ser feito por meio de conversas sobre sentimentos e emoções, da paciência mesmo em situações desagradáveis, entre outras atitudes. Dessa maneira, são maiores as chances dele desenvolver a autoconfiança e a autoestima de que precisa.
Portanto, a atuação em conjunto entre as famílias e as escolas é a maneira mais poderosa de conscientizar crianças e adolescentes, promover o respeito e encontrar as soluções mais adequadas.
Se o conteúdo foi útil para você, ele pode ser útil para outros pais que querem entender mais sobre bullying. Por isso, não deixe de compartilhá-lo nas redes sociais!
Call to Action
Detalhe do Call To Action para Download do Material