A revolução de Jean Piaget

Inovações Educacionais

21 de outubro de 2021

Redação Guia do Futuro
Redação Guia do Futuro

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos voltados para pais que querem fazer a diferença na formação dos filhos!Publicado em . | Atualizado em 21 de outubro de 2021.


Conheça o pensador que mostrou como o aprendizado é construído pelo aluno e inaugurou a corrente construtivista

Saber mais sobre o pensamento de grandes nomes da pedagogia mundial é uma forma de entender como podemos atuar melhor na educação dos nossos filhos. Esse conhecimento pode ajudar pais e responsáveis a potencializar a relação entre o que os pequenos aprendem em casa e na escola.
Em artigos anteriores do Guia do Futuro, apresentamos a história e os principais ensinamentos de Maria Montessori e Paulo Freire, criadores de métodos inovadores utilizados em muitas escolas do mundo inteiro.
Agora convidamos você a conhecer um pouco mais sobre a contribuição de Jean Piaget, cientista suíço que revolucionou o modo de entender a educação de crianças e a construção do aprendizado.

Um olhar científico na educação

Jean William Fritz Piaget nasceu em 1896 na Suíça. A partir da sua formação em biologia e psicologia, desenvolveu as teorias que o levaram a ser considerado um dos mais importantes pensadores do século XX.

Desde pequeno seu interesse pela natureza foi notório e certamente fundamental para sua primeira escolha acadêmica. Assim, em 1918 formou-se em Ciências Naturais pela Universidade de Neuchâtel.

Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau. Foi também nesse período que acompanhou a infância dos seus três filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental.

Os quatro estágios de Piaget

Ancorada nos estudos sobre o desenvolvimento humano, a chamada teoria cognitiva de Piaget foi denominada por ele próprio como “epistemologia genética”. Sua formulação foi essencial para o surgimento da corrente construtivista na pedagogia.

Segundo suas observações, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.

Primeiro estágio: sensório-motor (de 0 aos 2 anos)

O próprio nome já indica que nessa fase as sensações e a coordenação motora da criança são desenvolvidas. Os bêbes gradualmente adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. Ainda que a capacidade de cognição seja limitada, nesse momento começam a perceber o mundo ao seu redor dando início ao reconhecimento de objetos.

Segundo estágio: pré-operacional (dos 2 aos 7 anos)

Com o desenvolvimento da fala, a criança começa a nomear os objetos que a rodeiam ao mesmo tempo em que passa a ter uma capacidade mental de lembrar deles. É o aparecimento da representação que pode ser definida como distinção entre significante e significado, habilidade que Piaget chamou de “função simbólica”. O raciocínio começa também a ser desenvolvido, embora esteja em sua fase inicial. Em geral, a criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.

Terceiro estágio: operacional concreto (dos 7 aos 11 anos)

A criança começa a ter uma capacidade maior de interpretação e, portanto, já consegue resolver alguns problemas básicos. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. Começam também a desenvolver sentimentos de respeito mútuo e de justiça, moral da cooperação e aparecimento da vontade como regulação da ação.

Quarto estágio: operações formais (dos 11 anos aos 14 anos)

Na adolescência, o raciocínio lógico se desenvolve e o indivíduo já começa a pensar por si só. Ao mesmo tempo, evolui a capacidade de criar teorias e refletir sobre as possibilidades do mundo. Trata-se, portanto, de uma fase de autonomia. É caracterizada por uma nova forma de conduta diante dos problemas, usando tentativas e erros para formular mentalmente o painel das hipóteses possíveis. Essa fase marca a entrada na idade adulta em termos cognitivos.

Descobrindo como as crianças aprendem

Nas observações de Piaget fica evidente que as crianças não raciocinam como os adultos. Durante o processo de crescimento, os pequenos se inserem gradualmente nas regras e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.

A assimilação consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais já existentes. Imagine, por exemplo, como seria o seu filho observando uma avestruz pela primeira vez. A criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar o novo animal vai tentar colocar essa descoberta na categoria que já conhece: aves são animais que voam.

Já a acomodação acontece no momento seguinte, quando a criança se dá conta que a conexão feita não funciona perfeitamente e, por isso, precisa ser transformada. Assim, depois de aprender que avestruz é uma ave que não voa, o pequeno vai adaptar seu entendimento, seu esquema mental, para incluir essa possibilidade: existem aves que não voam.

O legado de Piaget

Suas teorias influenciaram a educação de maneira profunda. Para ele, as crianças só podiam aprender aquilo para o qual estavam preparadas para assimilar. Aos professores, caberia aperfeiçoar o processo de descoberta dos alunos.

Os estudos de Piaget mudaram a forma de se enxergar a infância e o desenvolvimento do sujeito, sendo considerados como umas das mais importantes contribuições para a psicologia e a pedagogia na história.
Jean Piaget faleceu em Genebra, na Suíça, em 1980. Durante sua vida, escreveu cerca de 100 livros e mais de 500 artigos científicos. Uma extensa obra que influenciou escolas em grande parte do mundo, principalmente no planejamento de atividades de acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo das crianças.

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